A versão mirabolante de bolsonaristas para o futuro de Alexandre de Moraes

Com os olhos voltados para as eleições nos Estados Unidos e para as sondagens que colocam Donald Trump vantagem sobre o presidente Joe BidenOs principais bolsonaristas enviaram aos tribunais superiores de Brasília uma versão selvagem, até maluca, de qual seria o destino do ministro Alexandre de Moraes caso o republicano vença a disputa de novembro. Para os apoiadores do ex-presidente, Trump criará constrangimento ao juiz se, por exemplo, ele quiser entrar nos Estados Unidos.

A versão começou a tomar forma depois que o deputado EduardoBolsonaro (PL-SP) e um aliado seu, o também deputado Mario Frias (PL-SP), participaram de um jantar com o ex-presidente americano em março passado no resort do político americano na Flórida.

Após a reunião, Zero Três disse em suas redes sociais que Trump “está ciente do que está acontecendo no Brasil” e que a vitória do republicano traria “tempos de paz e normalidade”. Aos ministros em Brasília, o deputado foi mais claro e afirmou, segundo relatos obtidos por VEJA, que Moraes seria “um problema” a ser resolvido pelo próprio Trump.

Alexandre de Moraes é considerado o carrasco do ex-presidente JairBolsonaro já que bloqueou, ainda no primeiro semestre do governo do capitão, a escolha do delegado Alexandre Ramagem para a diretoria-geral da Polícia Federal. As críticas à suposta interferência do ministro do Supremo no governo Bolsonaro repercutiram entre apoiadores do então presidente após o magistrado assumir todas as investigações delicadas envolvendo o ex-presidente, como desvio de joias do patrimônio da União, fraudes em cartões de vacinação e a suposta articulação para um golpe de Estado em 2022.

Nesta quinta-feira, 4, Bolsonaro e outras 11 pessoas foram indiciados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Em abril, apoiadores do ex-presidente divulgaram nas redes sociais a mensagem de que o FBI, equivalente à Polícia Federal brasileira, havia solicitado a prisão do ministro do STF. A informação era obviamente falsa.