07/03/2024 – 22h05
Mário Agra/Câmara dos Deputados
Socorro Neri, relatora do projeto
A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 5.665/23, que prorroga o atual Plano Nacional de Educação (PNE) até 31 de dezembro de 2025. O texto já foi aprovado no Senado e segue para sanção presidencial.
O atual PNE expirou em 25 de junho de 2024. O projeto do novo plano (PL 2614/24) ainda aguarda votação na Câmara. A proposta, de autoria do Poder Executivo, prevê 18 objetivos a serem alcançados até 2034.
Segundo a relatora, deputada Socorro Neri (PP-AC), a prorrogação do atual PNE garantirá que não haja descontinuidade no planejamento educacional no Brasil, especialmente nas diretrizes, metas e estratégias.
Socorro Neri destacou que a maioria das 20 metas do PNE 2014-2024 não foi cumprida, havendo até casos de retrocessos. E a proposta do novo PNE só foi enviada no dia 26 de junho.
“Discutir e votar o novo PNE exigirá um esforço hercúleo do Parlamento, para que o texto reflita tanto as antigas demandas que ainda não foram atendidas, quanto as novas preocupações e desafios que surgiram nos últimos dez anos e que não estão incluídos na legislação aprovada em 2014″, afirmou.
Segundo o relator, a aprovação do novo PNE exigirá um prazo razoável para ouvir os atores envolvidos nas políticas educacionais e a sociedade civil interessada.
Amplo debate
Para o deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ), a prorrogação do plano atual é importante porque permite o tempo necessário para discutir o novo PNE. “Um plano como este é fundamental porque é um plano de Estado. Não pode ficar à mercê de governos inimigos da educação. Vem de baixo para cima, da sociedade civil que o elabora em conjunto com o governo”, afirmou.
Segundo a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), 53 dos 56 indicadores previstos no PNE não foram alcançados. “É inacreditável que, se atingirmos apenas 3 dos 56, o novo plano chega e aumenta o número de indicadores”, disse.
Adriana Ventura exigiu ainda que o tema seja discutido na Comissão de Educação por ser um fórum adequado, com proporcionalidade partidária. “Sem o subterfúgio de levar o assunto diretamente ao Plenário, através de uma comissão especial ou grupo de trabalho”, afirmou.
Para o deputado Reimont (PT-RJ), “as metas não foram cumpridas devido a uma descontinuidade no processo educacional que estava sendo construído no país”, disse o deputado, citando o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
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Reportagem – Tiago Miranda e Eduardo Piovesan
Montagem – Pierre Triboli
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