07/03/2024 – 18h06
Elio Rizzo/Câmara dos Deputados
Eduardo Leite destacou a necessidade de abrir mão de filiações políticas na emergência
A urgência de reparar os danos causados pelas enchentes foi o tom da audiência pública do comissão externa que acompanha os estragos causados pelas chuvas no Rio Grande do Sul, que reuniu dezenas de prefeitos de cidades atingidas pelo desastre na Câmara dos Deputados.
O prefeito de Barra do Rio Azul, Marcelo Arruda, também é presidente da Federação das Associações Municipais do Rio Grande do Sul. A federação entregou uma carta aos 31 deputados e 3 senadores gaúchos com reivindicações. Os prefeitos do Rio Grande do Sul estão preocupados com a queda na arrecadação do ICMSe defender a recuperação do imposto para garantir a recuperação económica e social do Estado.
Os prefeitos pedem ao governo federal que altere a Medida Provisória 1.222/24, para ampliar os municípios que receberão a parcela extra do Fundo de Participação Municipal (HGS).
O prefeito Marcelo Arruda acredita que as divergências políticas num momento como este precisam ser deixadas de lado.
Entre as medidas que constam da pauta de demandas apresentadas à comissão externa pelo presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulcowski, está também a Proposta de Emenda à Constituição 66/23, em análise no Senado, para o refinanciamento dos municípios. dívidas com a Segurança Social. A confederação também defende a isenção da folha de pagamento em todos os municípios.
Elio Rizzo/Câmara dos Deputados
Prefeitos lotaram auditório da Câmara dos Deputados
Dívida pública
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Adolfo Brito, acha que o estado precisa lutar pela renegociação da dívida.
O governo federal já suspendeu por 36 meses o pagamento das parcelas da dívida pública do Rio Grande do Sul com a União, mas o governador Eduardo Leite considera a medida insuficiente porque há a obrigação de colocar recursos em um fundo para reconstrução, que ainda precisa ser ser regulamentado. Durante a audiência pública, Leite destacou a necessidade de abrir mão de filiações políticas na emergência.
O deputado Afonso Motta (PDT-RS) fez autocrítica em relação aos deputados federais gaúchos na Câmara ao discutir a regulamentação do fundo, o que poderia ter sido feito na primeira votação. A suspensão do pagamento da dívida representará R$ 23 bilhões de reais para o fundo de reconstrução.
O deputado Marcon (PT-RS), coordenador da bancada gaúcha, afirmou que os parlamentares têm se reunido constantemente com o Ministério da Fazenda para garantir o repasse dos recursos emergenciais. Apelidadas de “emendas Pix” por serem transferências descomplicadas de dinheiro público, destinadas por um parlamentar à conta de um Estado ou município, essas transferências representam 8% das emendas de bancada, segundo Marcon.
A reunião foi presidida pelo deputado gaúcho Marcel Van Hattem (Novo-RS), que solicitou audiência pública. Ele anunciou que na próxima semana será realizado outro debate com empresários gaúchos para discutir as dificuldades do setor com as enchentes.
Reportagem – Luiz Cláudio Canuto
Edição – Georgia Moraes
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