Uma questão de ordem referente à tramitação do PL 2.238/2024, que altera os valores das contribuições ao Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) pode impedir sua tramitação neste ano.
Apresentada pela deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), a questão afirma que o projeto não poderia prosseguir, pois revoga o artigo 85 da Lei Complementar 64. Essa regra foi alterada este ano pelo Projeto de Lei Complementar 35/23, que foi inserido na legislação garante que os empregados contratados temporariamente possam manter o atendimento médico do Ipsemg mesmo após a aposentadoria.
O PLC 35/23 foi aprovado no ano passado, mas só virou lei neste ano, depois que os deputados derrubaram, em abril, o veto do governador Romeu Zema (Novo) à proposta de garantia de serviço após a aposentadoria desses servidores.
“No mesmo ano legislativo não se pode alterar matéria já caducada, alterar matéria já caducada, ou seja, já votada na Assembleia, então o projeto de lei do Ipsemg, entre um de seus pontos, revoga o artigo 85 (alterado pelo PLC 35/23) apresentamos esse ponto de ordem para que a mesa da Assembleia resolva”, afirma o deputado.
A questão de ordem deve ser decidida pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Martins Leite (MDB), mas não há prazo estabelecido para isso, nem no Regimento Interno da Assembleia Legislativa nem na Constituição do Estado.
Segundo o deputado, que tem obstruído sistematicamente o PL 2.238/2024, o governador não pode enviar projeto revogando proposta aprovada este ano.
Além deste ponto de ordem, o parlamentar já solicitou ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e ao Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG) que apurem se a tramitação do PL seguiu as regras estabelecidas pelo Ipsemg própria no que diz respeito à venda dos imóveis constantes da proposta.
Em processamento
A análise deste PL pela Comissão de Administração Pública (APU) estava marcada para esta tarde, mas a reunião foi cancelada para que os deputados pudessem participar no plenário à mesma hora.
No entanto, uma nova reunião já foi convocada pela base governamental para analisar o projecto amanhã de manhã na APU e à tarde na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamental. Se for aprovado amanhã nas duas comissões, já poderá ser apreciado em plenário no primeiro turno pelos deputados.
A oposição promete obstruir a votação tanto nas comissões como no plenário, numa tentativa de atrasar o processo o máximo possível. Parlamentares entram em recesso no dia 17/07.
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