SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A greve dos motoristas de ônibus na cidade de São Paulo, marcada para esta quarta-feira (3), deve ocorrer com toda a frota de veículos nas ruas nos horários de pico, conforme decisão do juiz Davi Furtado Meirelles, do TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região).
O juiz decidiu estipular uma operação mínima após o fracasso de uma audiência de conciliação na manhã desta terça-feira (2). Os trabalhadores do sistema municipal de ônibus deverão manter toda a frota funcionando das 6h às 9h e das 16h às 18h, conforme decisão de Meirelles.
Nos demais horários do dia, os funcionários deverão manter metade da frota de ônibus da capital. O Sindmotoristas, que representa os trabalhadores do sistema de ônibus, não se pronunciou após a audiência de conciliação.
Na decisão, o juiz registra que o sindicato das empresas de ônibus, SPUrbanuss, ofereceu aumento salarial de 3,6% aos trabalhadores – até o dia anterior, a oferta era de aumento salarial de 3,23%. O sindicato patronal também ofereceu, além do reajuste, “qualquer variação salarial definida pela FIPE, no medidor salarial”, parâmetro que tem sido rejeitado pelo sindicato dos trabalhadores.
O Sindmotoristas, segundo o documento, respondeu que apenas um reajuste salarial não atende às reivindicações da categoria. Reivindicam ainda “jornada de trabalho de 6 horas e 30 minutos e 30 minutos de intervalo remunerado, vale-refeição mensal no valor diário de R$ 38,00, participação nos lucros e resultados, cesta básica sem a palavra “semelhante”, seguro de vida de 10 salários mínimos para o motorista e 5% do valor atual para os demais trabalhadores”, diz Meirelles.
A greve dos motoristas já foi aprovada em assembleia na última sexta-feira (28). Até as 15h desta terça, uma nova reunião ainda não havia sido convocada para considerar a oferta dos patrões.
A decisão da Justiça do Trabalho atende parcialmente a um pedido da Prefeitura de São Paulo e da SPTrans, que pedia garantia de 100% da frota nos horários de pico e 80% nos demais horários do dia.
“O SPUrbanuss espera que prevaleça o bom senso da categoria”, afirmou o sindicato patronal.
Segundo o Sindimotoristas, a base do sindicato conta com cerca de 60 mil trabalhadores. Segundo dados da SPTrans, estatal que administra o transporte público municipal, o sistema movimenta cerca de 7 milhões de passageiros. A frota de ônibus conta com cerca de 13,3 mil veículos na cidade de São Paulo.
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