STF marca para 28 de agosto julgamento sobre pagamento da dívida de Minas

STF marca para 28 de agosto julgamento sobre pagamento da dívida de Minas



O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, marcou para o dia 28 de agosto o julgamento da ação que prorrogou o pagamento das parcelas da dívida de Minas Gerais com a União, atualmente estimada em cerca de R$ 170 bilhões. A sessão acontecerá no plenário físico atendendo ao destacado pedido feito pelo ministro Flávio Dino em maio deste ano, interrompendo o julgamento que estava em curso no plenário virtual.

Os ministros avaliarão a decisão monocrática do ministro Kassio Nunes Marques, que adiou o início do pagamento das parcelas da dívida. Este prazo já foi adiado duas vezes: a primeira em dezembro de 2023, quando o ministro prorrogou em 120 dias o pagamento das dívidas, e a segunda em abril deste ano, quando prorrogou o prazo por mais 90 dias.

Solicitação em destaque

O pedido de destaque é o pedido para que o julgamento de um processo iniciado em plenário virtual seja interrompido e enviado ao plenário físico. Após o pedido, ele começa do zero, de modo que os votos previamente registrados são, na prática, desconsiderados.

Portanto, os ministros precisam se manifestar novamente e podem até mudar de posição, tornando necessária nova fundamentação.

Prazo de pagamento da dívida

O prazo para pagamento das parcelas da dívida mineira com a União termina no dia 17 de julho, quando a gestão estadual deverá retomar o pagamento das parcelas da dívida.

Ao mesmo tempo, espera-se uma proposta alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Batizada de Pagamento Integral das Dívidas dos Estados à União (Propag), a proposta, um Projeto de Lei Complementar de autoria do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), oferece uma solução para as dívidas dos estados e deve ser apresentada no Senado ainda esta semana.

Como mostra o Estado de Minas nesta segunda-feira (1/7), o projeto pode levar Minas Gerais a buscar uma nova medida para prorrogar a suspensão do pagamento da dívida. Porém, o Supremo Tribunal Federal entrou em recesso nesta segunda-feira e só retomará suas atividades em agosto. Durante o recesso, novos pedidos serão analisados ​​pela presidência do STF, sob responsabilidade do vice-presidente, ministro Edson Fachin, e do presidente, ministro Luís Roberto Barroso.

Negociações

Em meio às negociações para uma solução para a dívida bilionária, o secretário de Estado de Governo, Gustavo Valadares, e outros integrantes do primeiro escalão do governo Zema se reuniram com Rodrigo Pacheco e o secretário do Tesouro Nacional (STN), Rogério Ceron , na semana passada, para discutir a proposta do presidente do Senado.

“Discutimos com a Fazenda Nacional a possibilidade de assinatura conjunta de um abaixo-assinado, e isso tem que ser trabalhado com a AGU, pedindo prorrogação por mais 120 dias, para que nesse período possamos tramitar e aprovar esse projeto no Senado e na Câmara Federal”, disse o secretário de Governo de Minas Gerais após a reunião.

Nesta terça-feira (2/7), o governador Romeu Zema, juntamente com outros governadores, se reunirá com o senador Rodrigo Pacheco para discutir a dívida dos estados com a União. A reunião, que será realizada às 12h30 em Brasília, tem como objetivo apresentar a versão final da proposta aos governadores dos estados endividados.

Em resumo, o projeto elaborado por Pacheco pretende renegociar as dívidas dos estados com a União por meio da redução dos juros dos contratos, que atualmente são calculados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) +4%, limitados à taxa básica de juros (Selic). ).

A mudança foi o principal pedido dos governadores, já que atualmente a correção dos valores é superior a 8% ao ano – proporcionalmente maior que o crescimento anual das receitas do Estado.

Outro ponto fundamental é a possibilidade de federalizar ativos, como no caso de Minas Gerais, das Empresas de Desenvolvimento (Codemig), Saneamento (Copasa) e Energia (Cemig). Contudo, ainda existe a possibilidade de as empresas não reduzirem o valor principal das dívidas, mas reduzirem ainda mais os juros de correção.

(Com informações de Bruno Nogueira)



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