Deputadas destacam avanços legislativos recentes e desafios para os direitos das mulheres – Notícias

Deputadas destacam avanços legislativos recentes e desafios para os direitos das mulheres – Notícias


01/07/2024 – 21h46

Itawi Albuquerque/Câmara dos Deputados

Flávia Morais [ao microfone]: agenda legislativa deve priorizar a “economia do cuidado”

Deputados de diversos partidos destacaram avanços legislativos e desafios que ainda precisam ser enfrentados pelo Legislativo, no 1º Encontro de Mulheres Parlamentares do P20, fórum do Legislativo do G20. Nesta segunda-feira (1º), foi realizado o Painel Brasil: avanços legislativos e de políticas públicas para as mulheres. O evento acontece em Maceió (AL).

Para a deputada Flávia Morais (PDT-GO), a prioridade na agenda legislativa deve ser a economia do cuidado, que inclui assistência a crianças, assistência a idosos e apoio a pessoas com deficiência, por exemplo. Ela destacou que as mulheres são as principais prestadoras de cuidados no país, quase sempre não remuneradas ou mal remuneradas. Segundo ela, no Brasil, mais de 90% das tarefas de cuidado são realizadas por mulheres.

“A indisponibilidade de serviços de cuidados remunerados impõe barreiras significativas às mulheres, limitando o seu acesso ao mercado de trabalho formal, a um rendimento digno e à igualdade de oportunidades na sociedade. Isto é inaceitável e deve ser uma prioridade na nossa agenda de mudança”, afirmou.

Flávia Morais defendeu uma proposta (PEC 14/24) de sua autoria que insere o “direito à assistência” na Constituição como um direito social, ao lado da saúde, da educação e de outros direitos.

Propostas ambientais
A presidente da Comissão Mista de Mudanças Climáticas, deputada Socorro Neri (PP-AC), por sua vez, disse que o financiamento para prevenir e mitigar os efeitos das mudanças climáticas precisa aumentar de três a seis vezes até 2030 para conter os efeitos. Ela acrescentou que a infra-estrutura das cidades e do campo precisa de ser adaptada a estas mudanças.

Socorro Neri lembrou que o Lei 14.904/24, que estabelece diretrizes gerais para a elaboração, pelas autoridades públicas, de planos de adaptação às mudanças climáticas. A norma é fruto de um projeto de lei (PL 4129/21), de autoria da deputada Tabata Amaral (PSB-SP). Entre outras prioridades para a área ambiental, ela citou a proposta que regulamenta o mercado de carbono no Brasil (PL 2148/15). O projeto já foi aprovado na Câmara e está em análise no Senado.

Felipe Sóstenes/Câmara dos Deputados

Socorro Neri: infraestrutura municipal precisa ser adaptada às mudanças climáticas

A deputada Iza Arruda (MDB-PE) defendeu um projeto de sua autoria que estabelece a política nacional de convivência com a seca nordestina (PL 2525/23). A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) defendeu sua própria PEC, que confere à natureza direitos semelhantes aos do ser humano. Segundo ela, 40 países já aprovaram propostas desse tipo.

Mulher rural
O deputado Coronel Fernanda (PL-MT) defendeu propostas que protejam as mulheres rurais. Ela acredita que o Brasil tem a lei mais rígida do mundo para preservação ambiental e defende que outros países deveriam ajudar o Brasil na preservação, pagando quem preserva o meio ambiente, principalmente mulheres rurais.

Segundo ela, as mulheres rurais são responsáveis ​​por 45% da produção de alimentos no Brasil e seu trabalho se estende dentro de casa. “Eles trabalham cerca de 12 horas a mais por semana do que os homens”, disse ela.

O deputado acrescentou que apenas 20% dos trabalhadores rurais são proprietários das suas terras e 90% dos rendimentos são reinvestidos na educação e no bem-estar familiar.

Violência contra mulheres
A deputada Greyce Elias (Avante-MG) citou, entre os avanços legislativos, a aprovação do Programa Luz Vermelha contra a Violência Doméstica (Lei 14.188/21), do qual foi uma das autoras. Disse que também é necessário trabalhar a formação profissional das mulheres, para que possam procurar autonomia económica e escapar ao ciclo de violência.

A deputada Laura Carneiro (PSD-RJ) afirmou que a tecnologia possibilita novas formas de violência contra a mulher. Ela citou, entre os avanços legislativos, a aprovação de uma lei em 2018 que tornou crime divulgar, por qualquer meio, cenas de nudez, sexo e estupro sem o consentimento da vítima.

Entre os desafios, ela citou a aprovação de uma lei de combate à violência obstétrica. “No Brasil, a definição do termo ainda não foi formalizada, o que dificulta a implementação de medidas para preveni-lo”, destacou. “A violência obstétrica é caracterizada pelos abusos sofridos quando as mulheres procuram os serviços durante a gravidez, no momento do parto e no pós-parto”, explicou a parlamentar.

Felipe Sóstenes/Câmara dos Deputados

Laura Carneiro: Legislativo precisa aprovar lei de combate à violência obstétrica

Laura Carneiro disse ainda que é preciso avançar no combate à violência política contra as mulheres, mesmo após a aprovação de uma lei sobre o tema em 2021. “No Brasil, é urgente aprimorar ainda mais a legislação de combate à violência política contra as mulheres”, avaliou. “A legislação precisa avançar, tornando crime qualquer utilização indevida de recursos eleitorais que se destinam exclusivamente às mulheres, tanto de natureza monetária como os relacionados com o tempo de propaganda eleitoral”, acrescentou.

Em relação à violência sexual, a deputada chamou a atenção para a falta de infra-estruturas adequadas para cuidar de mulheres e meninas vítimas de abuso.

Diversidade sexual
Primeira deputada assumidamente lésbica, a deputada Daiana Santos (PCdoB-RS) citou, entre os avanços, a lei de 2018 que aumenta a pena para “estupro coletivo”, cometido por diversos criminosos, e também para o chamado “estupro corretivo”, caracterizado com o propósito de controlar o comportamento social ou sexual da vítima. Segundo ela, esse tipo de crime ainda hoje tem números elevados no Brasil e tem como objetivo “corrigir algo que não pode ser corrigido”.

A deputada acredita que a diversidade precisa estar no centro do debate sobre a violência, com atenção às mulheres trans, negras, indígenas e quilombolas. Ela lembrou que o Brasil é o país que mais mata transexuais e, para cada dez vítimas de violência, quatro são mulheres e meninas negras.

“Não podemos naturalizar a violência contra esses corpos. Se hoje ainda lideramos um processo violento contra mulheres trans, contra mulheres lésbicas, contra mulheres bissexuais, se as pessoas ainda são punidas por amarem, estamos sofrendo um retrocesso”, afirmou Daiana Santos. Para ela, quando a extrema direita avança na política, os direitos das mulheres recuam.

Itawi Albuquerque/Câmara dos Deputados

Daiana Santos: há um retrocesso quando as pessoas são punidas por amar

Saúde mental
A deputada Maria Arraes (Solidariedade-PE) acredita que é preciso avançar nas questões de saúde mental das mulheres no mercado de trabalho. Ela relatou que, só em 2023, houve um aumento de 38% nas faltas ao trabalho por transtornos mentais, sendo as mulheres mais propensas a sofrer de transtornos como depressão e ansiedade. “Principalmente pelas pressões adicionais que sofremos, que é cuidar da casa, da família, dos filhos, das responsabilidades domésticas”, notou.

Entre os avanços nessa área, ela citou a recente aprovação pelos parlamentares da lei que cria o Certificado de Empresa Promotora de Saúde Mental, destinado a empresas que seguem critérios de promoção da saúde mental e do bem-estar de seus colaboradores. A Lei 14.831/24 Teve origem em projeto (PL 4358/23) da deputada Maria Arraes e ainda precisa ser regulamentado pelo Executivo.

Mulheres com deficiência
A deputada Maria Rosas chamou a atenção para a necessidade de mais políticas para meninas e mulheres com deficiência, que raramente são incluídas no mercado de trabalho. Para ela, as mulheres enfrentam desafios duplos – ser mulher e ter deficiência.

Segundo o parlamentar, apenas 20% das mulheres com deficiência estão empregadas, contra 53% dos homens com deficiência, e também recebem salários inferiores aos que recebem.

Número de mulheres
Líder da bancada feminina na Câmara, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) destacou que muitos avanços foram conquistados pelas mulheres no Legislativo brasileiro, o que deve abrir espaço para que mais mulheres participem da política e obtenham novas conquistas.

“Hoje somos 18% na Câmara, 15% no Senado, temos uma bancada, um frente parlamentar para os negros, temos a Secretaria da Mulher que prioriza a questão de gênero. Ainda há um longo caminho a percorrer até chegarmos aos 50% e, por isso, precisamos de nos unir para chegarmos lá”, afirmou.

Relatório – Lara Haje
Montagem – Pierre Triboli



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