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A Editorial Sul
| 30 de junho de 2024
As declarações de Fávaro indicam que o governo ainda busca a melhor forma de tratar o assunto. (Foto: Guilherme Martimon/MAPA)
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo ainda avalia quando será realizado o novo leilão do arroz e até analisa se o evento será realmente realizado. Segundo ele, o edital já está pronto, mas tudo dependerá do diagnóstico da real necessidade de colocá-lo na rua.
Desde que o leilão foi cancelado no início do mês, o cenário mudou, afirmou o ministro. “Estamos monitorando a necessidade. Por enquanto, os preços caíram. E, no fundo, era isso que precisava acontecer”, disse ele.
A última indicação do governo foi de que o edital seria publicado em breve. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse aos jornalistas na última sexta-feira (28) que as regras do evento seriam publicadas “na primeira quinzena de julho”. Segundo ele, o novo leilão será “modesto” e com regras para barrar “aventureiros”.
As declarações indicam que o governo ainda busca a melhor forma de lidar com o assunto, já que a decisão de importar arroz se tornou uma crise para Lula.
O leilão para importação de arroz foi pensado como uma forma de o governo reagir à alta dos preços do produto após as enchentes no Rio Grande do Sul. Para viabilizar a aquisição, foram emitidas medidas provisórias liberando mais de R$ 7 bilhões à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que recebeu autorização para trazer até 1 milhão de toneladas do exterior.
O evento aconteceu, mas acabou cancelado logo em seguida por suspeitas de irregularidades. Além de os vencedores do leilão serem empresas sem experiência na área, foi descoberta uma ligação entre uma das empresas vencedoras e o filho de um secretário do Ministério da Agricultura. Lula ainda disse que o cancelamento ocorreu porque houve “fraude em empresa”.
Pressão
A pressão para que o governo cancele os planos para um novo leilão tem crescido. O diagnóstico de técnicos do Ministério da Agricultura é que as condições mudaram ao longo do último mês e, com a queda do valor de mercado, as importações não seriam mais necessárias. Um técnico envolvido nas conversas afirma que o valor do quilo de arroz já está próximo de R$ 5 o quilo, preço que foi citado por Lula como ideal.
Além disso, os produtores de arroz fizeram sugestões ao governo. Houve reuniões esta semana com produtores de arroz justamente sobre alternativas ao leilão. Eles se opuseram à realização do evento alegando que não havia risco de desabastecimento. A última vez que o governo importou arroz foi na década de 1980.
Apesar da incerteza em relação ao leilão, o Palácio do Planalto já pediu medidas visando 2025. A ideia do governo é incentivar o plantio oferecendo ao mercado opções de compra de arroz. Isso, dizem os técnicos, reduz as chances de gargalos no abastecimento interno no próximo ano.
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Ministro da Agricultura afirma que governo ainda analisará se realizará novo leilão de arroz; primeiro concurso foi cancelado
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