Ataques a sistemas do governo se aproximam de marca recorde em 2024

Ataques a sistemas do governo se aproximam de marca recorde em 2024



Sem o alarde necessário, ataques cibernéticos e vulnerabilidades no ambiente virtual avançam no país, afetam o sistema federal, geram paralisia de serviço e desviar números milionários cofres públicos, muitos dos quais são mantidos em sigilo.

Nos últimos anos, órgãos como o Ministério da Saúde, o Tribunal Superior Eleitoral, o INSS e a Receita Federal têm sido alvos de criminosos. Em abril, o Siafi, sistema de gestão financeira do governo, foi hackeado por meio do uso irregular de credenciais. O caso está sendo investigado pela Policia Federalmas já há informações de que houve perdas financeiras.

Dados Centro governamental de prevenção, tratamento e resposta a incidentes cibernéticos indicar que o ano de 2023 foi recordista de incidentes e vulnerabilidades no ambiente virtual – foram encontrados 15.132 notificações, como vazamento de dados e utilização de páginas fraudulentas, envolvendo órgãos federais. A pesquisa começou a ser realizada em 2020.

Registros feitos até maio deste ano indicam 6.393 incidentes e vulnerabilidades em sistemas federais – no mesmo período de 2023 foram 6.506 casos -, o que aponta para a tendência de aumento de casos.

interlocutores de Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ao qual está vinculado o Centro de Prevenção, reconhecem aumento de tentativas de ataques aos sistemas federais, mas consideram que os dados devem ser vistos com cautela porque mais órgãos de fiscalização passaram a se comunicar com o órgão, o que tende a esclarecer casos que antes não eram notificados.

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Alertas emitidos

Em entrevista às Páginas Amarelas de VEJAo ministro-chefe do GSI, general Marcos Antonio Amaro, defendeu a criação de um órgão específico para monitorar e regular as ações relacionadas à segurança cibernética no país. A medida está em fase de estudos e posteriormente dependerá de aprovação pelo Congresso Nacional.

No caso da invasão de Siafi por exemplo Houve um alerta sobre vazamentos de credenciais desde 2023 que dão acesso aos sistemas governamentais – precisamente o caminho através do qual ocorreu a invasão. O GSI propôs uma série de medidas para mitigar os riscos dos dados já expostos e aumentar a segurança. Porém, no formato atual, não há obrigatoriedade de cumprimento das recomendações.

“Nosso centro apenas faz recomendações, não há obrigação de cumpri-las. Atualmente não possuímos um órgão que regule, fiscalize e controle essas ações relacionadas à segurança cibernética. Por isso defendo a criação de uma agência ou centro nacional de segurança cibernética, que seja capaz de determinar medidas de caráter obrigatório”, afirmou Amaro.

O tamanho do dano

No dia 18, Amaro compareceu ao Senado para prestar esclarecimentos sobre ataques cibernéticos. Aos parlamentares, ele apresentou dados do Fórum Econômico Mundial o que indica que aproximadamente 14% do PIB de todos os países são consumidos por crimes cibernéticos.

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No Brasil, usando esta mesma base de referência, isso significaria algo em torno 1,5 trilhão de reais.

“Se as iniciativas relacionadas à criação de um órgão de governança, fiscalização e controle resultarem em uma economia de 10% do que acontece hoje, do que se perde, seriam 150 bilhões de reais. Claro que não é matemática, é uma estimativa, talvez até aproximada, mas o volume de recursos que se perde devido ao cibercrime é, sem dúvida, inimaginável”, afirmou o ministro.



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