Debatedores sugerem que práticas sustentáveis do Legislativo sejam adotadas por estados e municípios – Notícias

Debatedores sugerem que práticas sustentáveis do Legislativo sejam adotadas por estados e municípios – Notícias


24/06/2024 – 17:27

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Comissão de Administração e Função Pública promoveu debate sobre o tema

Representantes da Câmara dos Deputados e do Tribunal de Contas da União (TCU) defendeu que as práticas sustentáveis ​​adotadas pela Rede Nacional de Sustentabilidade no Legislativo, que inclui também o Senado Federal, sejam transformadas em lei para que possam ser adotadas em estados e municípios. O debate sobre sustentabilidade na administração pública foi promovido nesta segunda-feira (24) pela Comissão de Administração e Função Pública da Câmara.

Chefe da Comissão de Gestão Socioambiental da Câmara dos Deputados (EcoCâmara) e representante da rede, Luiz Vicente Braga disse que as ações desenvolvidas pela Câmara visam economizar água e energia, entre outros recursos, além de prever resíduos programas de gestão e conscientização.

“A Câmara, em 20 anos, reduziu em dois terços o seu consumo de água. Qual cidade do Brasil reduziu dois terços do seu consumo de água nesse período?” perguntou Braga. Segundo ele, a estimativa é de economia de 3 milhões de metros cúbicos de água no período, cerca de R$ 100 milhões.

O titular da EcoCâmara também defendeu a divulgação das práticas da Rede Nacional de Sustentabilidade no Legislativo para estados e municípios. “É possível que câmaras municipais, assembleias e instituições públicas utilizem o nosso plano de logística sustentável para realmente alcançar estes resultados? Sim, o Projeto de Lei 10.453/18 traz exatamente isso”, completou.

Proposto pelo ex-senador Raimundo Lira (PB), o projeto cria regras e instrumentos para a adoção de práticas sustentáveis ​​em toda a administração pública. O texto recomenda preferência pela aquisição de produtos e serviços com menor impacto nos recursos naturais; menor consumo de matérias-primas e geração de resíduos; entre outras orientações.

Secretária Adjunta de Administração do Tribunal de Contas da União, Fabiana Ruas Vieira comentou sobre a implementação da política de sustentabilidade no TCU. Segundo ela, de 2016 a 2020, foram desenvolvidas 123 ações com foco na sustentabilidade do tribunal. Entre as ações estão a redução do almoxarifado, de 2,5 mil itens para 30, a adoção do esgoto a vácuo, reduzindo o consumo de água em 36%, e a instalação de painéis fotovoltaicos nos prédios do TCU.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Reginaldo Veras: mudanças podem contribuir para economia de recursos naturais

“É uma rede criada pelo TCU, pela Câmara e pelo Senado – e os três órgãos vêm se fortalecendo para desvendar os caminhos e os mistérios para buscarmos esse impacto ambiental positivo. Porém, hoje tenho bem claro que a nossa principal missão é chegar ao topo, nos municípios, passando, claro, pelos estados”, disse Fabiana Ruas.

O debate sobre sustentabilidade na administração pública foi proposto pelos deputados Prof. Reginaldo Veras (PV-DF) e Socorro Neri (PP-AC). “Essas mudanças nos padrões podem contribuir para a economia de espaço e de recursos naturais”, disse Veras.

Para a deputada Socorro Neri, a iniciativa da gestão pública comprometida com a sustentabilidade é essencial para moldar um ambiente corporativo que promova práticas responsáveis. “O uso eficiente dos recursos, além de servir de exemplo, funciona como catalisador para a adoção de práticas semelhantes no setor privado”, afirmou.

Serviços compartilhados
O secretário de Serviços Compartilhados do Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Cilair de Abreu, apresentou a estratégia de serviços compartilhados que vem sendo adotada pelo governo federal.

“É quando uma unidade presta serviços para diversas outras unidades”, disse. “O principal objetivo não é replicar a estrutura administrativa, pelo que hoje prestamos serviços diretamente a 13 ministérios, reduzindo a estrutura administrativa necessária nestes ministérios”, acrescentou.

Segundo Abreu, a medida vale para serviços comuns, como limpeza, manutenção, gestão de folha de pagamento, entre outros. “Isso permite que as estruturas ministeriais sejam 25% do que seriam normalmente. Nossa projeção de redução de gastos é de R$ 2,37 bilhões em quatro anos.”

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Geórgia Moraes



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