São João, recesso e eleições devem esvaziar o Congresso Nacional pelos próximos meses

São João, recesso e eleições devem esvaziar o Congresso Nacional pelos próximos meses


O tradicional recesso parlamentar começa no dia 18 de julho

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O tradicional recesso parlamentar começa no dia 18 de julho. (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

Os plenários da Câmara dos Deputados e do Senado deverão ter um ritmo de votação menos agitado nos próximos meses. Com a chegada das festas de São João, do recesso parlamentar e das eleições municipais, a tendência é que deputados e senadores se dediquem à votação de pautas consensuais e deixem os temas mais polêmicos para o final do ano.

O deputado Arthur Lira (PP-AL) e o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidentes das Casas, dispensaram os parlamentares de estarem presentes fisicamente nos plenários entre segunda (24) e sexta (28). As sessões poderão ser acompanhadas pelo aplicativo InfoLeg.

A “folga” fica por conta da celebração de São João, que acontece nesta segunda-feira. A data é considerada feriado em cidades como João Pessoa (PB) e Recife (PE) e em estados como Alagoas e Bahia.

Durante as festas juninas, os parlamentares nordestinos costumam retornar às suas bases eleitorais para participar dos eventos. Este ano, as visitas serão marcadas pelo clima de pré-campanha para as eleições municipais.

Recreio

Após a semana de São João, os parlamentares terão aproximadamente duas semanas, entre 1º e 17 de julho, para votar os temas prioritários. Isso porque o tradicional recesso parlamentar começa no dia 18 e vai até o dia 31 do próximo mês.

A prioridade de Lira antes do recesso será a regulamentação da reforma tributária. Os dois grupos de trabalho criados para discutir o tema deverão apresentar os relatórios finais para apreciação até 3 de julho.

A avaliação é que, com a votação antes do recesso parlamentar na Câmara, o texto tem tudo para ser votado no Senado ainda este ano. O cronograma definido por Lira prevê a votação em plenário no dia 11 de julho, uma semana antes das “férias” dos deputados.

No Senado, as propostas analisadas serão sobre temas já pactuados entre as bancadas. Existe a intenção de terminar a votação do projeto de lei do enquadramento jurídico do hidrogénio verde.

Com o fim do recesso em agosto, a expectativa é que alguns parlamentares se dediquem às campanhas eleitorais em suas bases. Os deputados que pretendem concorrer a prefeito deverão passar mais tempo fora da Câmara, dedicando-se às campanhas.

Após as eleições, o Congresso deverá retomar a análise de temas considerados polêmicos. Propostas como a limitação dos acordos de confissão de presos e a amnistia para partidos que não conseguiram cumprir as quotas para mulheres e negros deveriam ser adiadas para o segundo semestre do ano.

A definição foi tomada, segundo dirigentes, para tentar amenizar as críticas sofridas por Lira em relação ao projeto de lei 1.904/24, que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio. A discussão deste assunto também foi adiada para o segundo semestre.