Bancada da Educação na Câmara dos Deputados foi pega de surpresa e deve derrubar mudanças no Novo Ensino Médio

Bancada da Educação na Câmara dos Deputados foi pega de surpresa e deve derrubar mudanças no Novo Ensino Médio


Agora, a Câmara deve discutir a nova votação do Novo Ensino Médio no início de julho. (Foto: Agência Brasil)

As mudanças promovidas pelo Senado no projeto de reforma do Novo Ensino Médio, na votação desta quarta-feira (19), pegaram de surpresa a bancada da educação na Câmara. O relator da proposta, deputado Mendonça Filho (União-PE), irritou-se com o governo e lembrou que os compromissos assumidos pelo Planalto devem ser cumpridos nas duas Casas do Legislativo. Até governantes reclamaram do movimento inesperado e entendem que a tendência é derrubar as mudanças feitas pelos senadores.

“Respeito o trabalho da relatora Dorinha e a autonomia do Senado. Mas o governo que fez o acordo na Câmara é o mesmo que tratou no Senado, então não faz sentido alterar o texto. Vamos trabalhar juntos para retomar o projeto da forma como foi aprovado pelos deputados”, reclamou Mendonça Filho. Apesar disso, ele disse respeitar a relatora da proposta, a senadora Dorinha Seabra (União-TO), responsável pelas mudanças no parecer.

Mendonça já conversou com o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). “As alterações feitas pelo Senado serão revertidas para restabelecer o texto original da Câmara. Esse é o meu compromisso, e trabalharemos para chegar a esse consenso com o relator e o ministro da Educação, Camilo Santana”, disse o petista no X, antigo Twitter.

Se o projeto fosse aprovado sem alterações no Senado, iria direto para a sanção do presidente Lula. Como houve mudança, o texto precisa ser votado novamente na Câmara. A principal delas foi o aumento da carga horária mínima total destinada à formação básica geral no ensino técnico.

Mendonça faz oposição ao governo Lula e teve negociações tensas com Camilo Santana — inclusive dando socos na mesa — sobre mudanças em partes importantes do projeto, como a jornada básica de trabalho. Com o acordo, o texto foi aprovado pelos deputados em março. Agora, a Câmara deve discutir a nova votação do Novo Ensino Médio no início de julho.

O líder da Frente Parlamentar de Educação, Rafael Brito (MDB-AL), participará da reunião de líderes no dia 4 de julho e espera uma saída para o impasse antes mesmo do recesso. “A bancada da educação está ansiosa para que essa novela tenha um final feliz para 8 milhões de alunos que estão matriculados no ensino médio, que estudam num modelo que não vai continuar”, disse.