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A Editorial Sul
| 21 de junho de 2024
O ministro também se manifestou a favor do pagamento solidário de R$ 30 milhões pelos danos causados por todos os réus.
Foto: Reprodução
O ministro também se manifestou a favor do pagamento solidário de R$ 30 milhões pelos danos causados por todos os réus. (Foto: Reprodução)
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes votou, nesta sexta-feira (21), pela condenação à prisão do réu Antonio Claudio Ferreira, que participou dos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023. Na ocasião, Ferreira foi preso pela polícia câmeras de segurança do Palácio do Planalto destruindo relógio trazido ao Brasil por Dom João VI.
O arguido é responsável pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado ao património da União e deterioração de bens tombados. Somadas, as penas chegam a 17 anos de prisão. Na votação, Moraes afirmou que há “robusto conjunto de provas” contra Ferreira.
O ministro também se manifestou a favor do pagamento solidário de R$ 30 milhões pelos danos causados por todos os réus que invadiram a sede dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.
“Antonio Claudio Alves Ferreira, na qualidade de participante e frequentador do quartel do Exército e invasor de prédios públicos da Praça dos Três Poderes, com uso de violência ou grave ameaça, tentou abolir o Estado Democrático de Direito, visando impedir ou restringir o exercício dos poderes violações constitucionais através da depredação e ocupação dos edifícios-sede dos Três Poderes da República”, afirmou Moraes.
A defesa do réu pede absolvição. Em depoimento, Ferreira afirmou que vandalizou o patrimônio histórico “devido à reação dos órgãos de segurança”. Ele também confessou ter invadido o Planalto, danificando uma das janelas do prédio. Durante o ataque, ele vestia uma camiseta com o rosto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O caso está sendo analisado no plenário virtual do STF, quando os ministros registram os votos no sistema eletrônico da Corte. O julgamento pode se estender até a próxima sexta-feira (28).
Antes de participar da trama golpista, Antonio Ferreira era mecânico e morava no município de Catalão, em Goiás. Após os atos de vandalismo, ele fugiu da justiça, mas acabou detido em Uberlândia, no interior de Minas Gerais, no dia 23 de janeiro.
O relógio vandalizado por Ferreira foi trazido para o Brasil em 1808, com a chegada da família real portuguesa ao país. A peça foi um presente da Corte Francesa a D. João VI. A peça foi uma das duas obras do relojoeiro Balthazar Martinot que existem até hoje. A outra está exposta no Palácio de Versalhes, na França, mas tem metade do tamanho da cópia vandalizada no dia 8 de janeiro.
Em fevereiro de 2023, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, anunciou parceria com o governo suíço para restaurar o item. Segundo o ministro, porém, não há certeza quanto à restauração completa da peça. O relógio foi enviado ao país, por meio da embaixada no Brasil, em dezembro do ano passado.
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Ministro Alexandre de Moraes vota pela condenação do réu do 8 de Janeiro que vandalizou relógio de D. João VI
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