Alguns usuários brasileiros se reconectaram ao X na quarta-feira, apesar da recente proibição nacional do Supremo Tribunal Federal, resultado da rede social aparentemente mudando a forma como seus servidores são acessados. O reencontro pode durar pouco, no entanto.
Ministro Alexandre de Moraes ordenou que X fosse bloqueado em todo o país em 30 de agosto após meses de tensão com o bilionário Elon Musk em torno das ordens de retirada de contas e dos limites da liberdade de expressão no Brasil. Ele também estabeleceu multas para qualquer pessoa que use redes privadas virtuais (VPN) para acessar a plataforma.
Isso tornou X efetivamente inacessível no país até quarta-feira, com jornalistas da AP entre os que tiveram acesso. Especialistas que examinam os endereços IP de X disseram que há indicações de que a empresa começou a rotear usuários através dos servidores da Cloudflare, uma rede de distribuição de conteúdo, a caminho da sua própria.
“O serviço que a rede social de Elon Musk passou a utilizar funciona como um ‘escudo digital’ que protege os servidores da empresa”, disse Pedro Diógenes, diretor técnico para a América Latina da CLM, distribuidora com foco em segurança cibernética. Ele atua como um proxy entre os usuários e os servidores do X, filtrando o tráfego e impedindo que o endereço IP (Internet Protocol) original seja reconhecido, disse Diogenes à Associated Press.
A agência reguladora de telecomunicações do Brasil, Anatel, disse em comunicado que está analisando a situação e reportará suas conclusões ao Supremo Tribunal, e que não houve mudança na decisão de Moraes. Mais tarde, um painel de colegas juízes manteve sua decisão, embora ela ainda não tenha sido levada ao plenário do tribunal e sua multa por VPN, em particular, tenha enfrentado repercussões, inclusive por parte da Ordem dos Advogados do país.
A Suprema Corte se recusou a comentar sobre possíveis ações que poderia tomar quando contatada pela AP, e a Cloudflare não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Musk, que costuma usar sua plataforma para menosprezar Moraes, não havia comentado sobre X até o final da tarde.
O ex-presidente Jair Bolsonaro comemorou a volta da rede social. Ele ficou do lado de Musk na rivalidade com de Moraes e procurou retratar a proibição como censura de um juiz excessivamente zeloso.
“Parabenizo a todos pela pressão que faz girar as rodas em defesa da democracia no Brasil”, postou Bolsonaro na quarta-feira no X.
Alguns usuários brasileiros do X alardearam o retorno da plataforma – com vários abordando De Moraes diretamente, jurando que não estavam usando VPN. Não houve relatos de multas cobradas contra pessoas que usam VPNs.
A Cloudflare, uma empresa de segurança que se orgulha de fornecer serviços a sites independentemente de seu conteúdo, tem um histórico de proteção de sites que outras empresas não acessam. Mas apenas até certo ponto. Em 2017, por exemplo, abandonou o site neonazista Daily Stormer como cliente após um confronto mortal em um comício nacionalista branco em Charlottesville, Virgínia. E em 2022, abandonou o notório site de perseguição e assédio Kiwi Farms, citando uma “ameaça imediata à vida humana”.
Mas X é uma plataforma de mídia social convencional – mesmo que possa abrigar algum conteúdo extremista – e ainda não está claro se a proibição do Brasil seria suficiente para que a Cloudflare, com sede em São Francisco, Califórnia, a abandonasse.
No entanto, a Cloudflare tem a reputação de cooperar com governos e, portanto, pode cumprir uma ordem da Suprema Corte para deixar de servir como procurador de X, disse David Nemer, especialista em antropologia da tecnologia na Universidade da Virgínia, à AP.
Ordenar aos provedores de serviços de Internet que bloqueiem o Cloudflare seria impossível, já que milhares de empresas brasileiras dependem dele, escreveu Nemer anteriormente na Bluesky, outra plataforma de mídia social.
De Moraes também poderia tentar forçar Musk indo atrás de seu provedor de serviços de Internet via satélite Starlink, como tem feito desde a proibição, disse Rafael Mafei, professor de direito da Universidade de São Paulo.
Na última sexta-feira, de Moraes apreendeu cerca de US$ 3 milhões de contas bancárias pertencente a X e Starlink para cobrar o que X devia em multas.
Analistas jurídicos questionaram a decisão anterior de Moraes de congelar a conta bancária da Starlink até que ela pagasse as multas de X. Embora Musk seja dono da X e da SpaceX, que opera a Starlink, as duas empresas são entidades separadas. Mas de Moraes mostrou que considera as duas empresas pertencentes ao mesmo grupo económico, disse Mafei.
“Em circunstâncias normais, qualquer outra pessoa que tomasse medidas ativas abertamente para obstruir medidas judiciais e investigações, como Musk está fazendo, possivelmente já teria sua prisão decretada no Brasil”, disse Mafei.
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