Por que havia um muro no final da pista

Especialistas em aviação estão questionando o papel do projeto de um aeroporto que posicionou um monte de terra e um muro de concreto no final de uma pista, onde o voo 7C2216 da Jeju Air bateu na manhã de domingo, matando todas as 181 pessoas a bordo, exceto duas.

O avião, um Boeing 737-800, pousou de barriga na pista após um vôo noturno, aparentemente com flaps e trem de pouso retraídos. O jato pegou fogo após bater na terra e na parede, onde havia sido instalado um localizador, que orienta os aviões até a pista.

“Certamente isso tornou difícil parar a aeronave com segurança”, disse Todd Curtis, fundador da Air Safe Media, que rastreia acidentes aéreos e outros incidentes. Curtis trabalhou na Boeing por quase uma década como engenheiro de segurança.

Os investigadores do acidente levarão meses, se não mais, para descobrir a causa do acidente, o pior desastre aéreo de todos os tempos na Coreia do Sul e o acidente mais mortal em anos. Eles examinarão tudo, desde registros de manutenção de aeronaves até agendamento de pilotos e gravadores de voz da cabine.

As evidências iniciais sugerem que uma colisão com pássaros poderia ter desempenhado um papel fundamental na possível perda do motor. Especialistas alertaram que a investigação está nos estágios iniciais.

Alguns especialistas em aviação dizem que as mortes poderiam ter sido minimizadas se o avião não tivesse colidido com o muro de concreto.

No vídeo do pouso do voo da Jeju Air, “você vê o avião derrapando, está desacelerando, eles estão desacelerando e tudo está indo muito bem até onde eles atingiram” a parede, disse John Cox, consultor de segurança da aviação. e um piloto de Boeing 737.

Cox disse que suspeita que a causa da morte da maioria dos passageiros a bordo “será um trauma contuso ao bater na parede”.

Barreiras nas pistas dos aeroportos são comuns e recomendadas.

No Aeroporto LaGuardia de Nova Iorque e noutros, por exemplo, estão instalados sistemas de detenção de materiais projetados, ou EMAS – um material quebrável que abranda um avião para além da pista e evita que ele entre em áreas mais perigosas. Em 2016, o avião do então candidato à vice-presidência Mike Pence invadiu a pista de LaGuardia e acabou parado pelo EMAS.

A barreira na beira da pista do Aeroporto Internacional de Muan, na Coreia do Sul, não parecia ser frágil ou ter a capacidade de quebrar, de acordo com imagens de vídeo e análises de especialistas, algo em que os investigadores provavelmente se concentrarão.