Criadores dos EUA podem perder mais de US$ 1 bilhão no primeiro mês, diz empresa

A TikTok, em um processo judicial na segunda-feira, alertou que as pequenas empresas e criadores de mídia social dos EUA perderiam US$ 1,3 bilhão em receitas e ganhos em apenas um mês se o popular aplicativo fosse efetivamente encerrado nos Estados Unidos em 19 de janeiro, de acordo com as disposições de uma lei que visa preocupações de segurança nacional sobre a sua empresa-mãe sediada na China.

“Esses números só aumentariam se a paralisação se estendesse por mais de um mês”, disse Blake Chandlee, presidente de soluções de negócios globais da TikTok, naquele processo judicial.

A declaração de Chandlee ocorreu no momento em que sua empresa pediu a um tribunal federal de apelações que bloqueasse temporariamente uma lei que exigiria que as lojas de aplicativos operadas pela Apple e pelo Google e os provedores de internet parassem de oferecer suporte ao TikTok em 19 de janeiro, a menos que sua controladora, ByteDance, vendesse o aplicativo.

TikTok e ByteDance planejam pedir à Suprema Corte dos EUA que anule uma decisão recente que mantém a lei, emitida pelo Tribunal de Apelações dos EUA para o Circuito do Distrito de Columbia.

“A Suprema Corte deveria ter a oportunidade, como o único tribunal com jurisdição de apelação sobre esta ação, de decidir se deve revisar este caso excepcionalmente importante”, disseram TikTok e ByteDance no processo, buscando uma liminar temporária no caso.

A liminar, se concedida, permitiria que o aplicativo continuasse funcionando até que o Supremo decida conhecer ou não o recurso.

O pedido também argumentava que “uma liminar é especialmente apropriada” porque dará à nova administração do presidente eleito Donald Trump, que tomará posse em 20 de janeiro, a oportunidade de decidir se deseja fazer cumprir a lei.

Se o TikTok for efetivamente encerrado nos Estados Unidos em janeiro, escreveu Chandlee, só as pequenas empresas americanas perderiam mais de mil milhões de dólares em receitas – mesmo que as proibições fossem levantadas após apenas um mês.

“Quase dois milhões de criadores nos Estados Unidos sofreriam quase US$ 300 milhões em lucros perdidos, e o próprio TikTok perderia 29% de nossa receita de publicidade global direcionada para 2025”, escreveu Chandlee.

Ele disse que em novembro de 2024, mais de 7 milhões de contas nos EUA usavam o TikTok para fazer negócios.

E “69% dessas empresas dizem que o uso do TikTok levou ao aumento das vendas de seus negócios no ano passado, e 39% dizem que o acesso ao TikTok é fundamental para a existência de seus negócios”, disse ele, citando um relatório de impacto econômico preparado para a empresa pela Oxford Economics.

Chandlee também disse no documento que a publicidade, o marketing e o “alcance orgânico no TikTok” dessas empresas contribuíram com US$ 24,2 bilhões para o produto interno bruto dos EUA em 2023, com as próprias operações do TikTok acrescentando outros US$ 8,5 bilhões ao PIB dos EUA.

A lei que o TikTok deseja bloquear por enquanto foi aprovada pelo Congresso e assinada pelo presidente Joe Biden na primavera passada, após preocupações sobre as supostas conexões da ByteDance com o governo chinês.

Em sua decisão unânime na sexta-feira, um painel de três juízes do tribunal de apelações do Distrito de Columbia rejeitou o argumento da ByteDance de que a proibição violaria os direitos da Primeira Emenda de 170 milhões de usuários do aplicativo nos EUA, ou outras partes da Constituição.

O painel, em seu parecer por escrito, disse que o governo dos EUA “ofereceu evidências persuasivas que demonstram que” a lei de desinvestimento “é estritamente adaptada para proteger a segurança nacional” e observou que o TikTok “nunca nega abertamente que alguma vez manipulou conteúdo na direção da”República Popular da China.