Putin estava brincando sobre o apoio eleitoral a Harris, diz o Kremlin; Zelenskyy espera encontrar-se com Trump na próxima semana

O presidente russo, Vladimir Putin, estava brincando quando disse que Moscou apoiava a candidata democrata Kamala Harris nas eleições presidenciais de novembro, disse o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, em entrevista à Sky News Arabia.

Putin disse no início deste mês que a Rússia queria que Harris ganhasse a disputa em um comentário provocativo que citou sua risada “contagiante” como uma razão para preferi-la ao candidato republicano e ex-presidente Donald Trump. A observação do líder russo levou a Casa Branca a dizer que Putin deveria parar de comentar as eleições de 5 de novembro.

“Foi uma piada”, disse Lavrov, quando questionado sobre o quanto a mudança no presidente dos EUA afectaria a política externa da Rússia. “O presidente Putin tem um bom senso de humor. Ele costuma brincar durante suas declarações e entrevistas.”

“Não vejo diferenças de longo prazo na nossa atitude em relação às eleições actuais ou anteriores nos Estados Unidos, porque o país é governado pelo notório ‘estado profundo’”, disse Lavrov, sem fornecer provas dessa afirmação.

Os comentários de Lavrov foram publicados no site do Ministério das Relações Exteriores na sexta-feira.

Entretanto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse que espera encontrar-se com o ex-presidente Donald Trump na próxima semana, quando este viajar aos Estados Unidos para apresentar o “plano de vitória” de Kiev na guerra contra a Rússia.

Zelenskyy participará de sessões do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral da ONU e também planeja se encontrar com o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris em reuniões separadas em 26 de setembro.

O líder ucraniano disse que também espera encontrar Trump, o candidato presidencial republicano.

“Provavelmente teremos uma reunião, creio eu, nos dias 26 e 27 de setembro”, disse Zelenskyy à mídia na noite de sexta-feira, sem fornecer mais detalhes.

Zelenskyy disse em agosto que queria apresentar seu plano a Biden, Harris e Trump. Embora Trump e Zelenskyy tenham conversado por telefone em julho, eles não se encontraram pessoalmente desde o mandato de Trump de 2017-2021.

Zelenskyy descreveu o plano como um modelo de como forçar a Rússia a encerrar a guerra diplomaticamente e disse que dependia de decisões rápidas dos principais aliados, de outubro a dezembro deste ano.

Num momento crítico da guerra, Zelenskyy procura fortalecer a Ucrânia com mais armas e com o apoio militar, económico e diplomático dos EUA, o principal aliado de Kiev. Espera-se que ele pressione Washington a suspender as restrições aos ataques com mísseis de longo alcance dentro da Rússia.

As forças russas continuam a avançar lenta mas firmemente no leste da Ucrânia, apesar das tropas de Kiev terem lançado uma incursão surpresa no mês passado na região russa de Kursk.

Zelenskyy disse repetidamente que não há alternativa para uma “paz justa” e descartou o congelamento da guerra, dizendo que isso simplesmente adiaria a agressão russa.