Piora a crise humanitária no norte de Gaza após ataques que mataram dezenas

O Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland, condenou os sucessivos ataques a civis na sequência dos incidentes deste fim de semana em Beit Lahia, a norte da Faixa de Gaza.

As agências de notícias citam dados do Ministério da Saúde de Gaza que revelam que os incidentes ocorridos desde domingo deixaram pelo menos 87 mortos ou desaparecidos, além de 40 feridos.

Cenas horríveis em meio a confrontos

Wennesland narra relatos de cenas horríveis “em meio a confrontos, ataques israelenses e um agravamento da crise humanitária”. O apelo é para que os reféns sejam libertados, para que a deslocação dos palestinianos acabe e para que os civis sejam protegidos.

A Agência de Assistência e Obras da ONU para Refugiados Palestinos, Unrwa, disse que quase nada está entrando em Gaza. Em termos de fornecimentos humanitários, a situação regrediu ao que foi vivido em Outubro-Novembro passado.”

O Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas afirmou estar cada vez mais preocupado com a forma como os militares israelitas estão a lidar com os combates no norte de Gaza.

Acesso ao norte de Gaza

A nota também destaca a interferência ilegal na ajuda humanitária e nas ordens que estão a conduzir ao deslocamento forçado, o que pode estar a afectar a população palestiniana mais a norte, em Gaza, através da morte e do deslocamento. Regiões particularmente devastadas são em torno de Jabalya, Beit Lahiya e Beit Hanoun.

O gabinete destaca que, embora o Exército israelita tenha exigido que todos os civis abandonassem o norte, continuou a bombardear e a atacar incansavelmente a área.

Desde sexta-feira, a Unrwa e o Gabinete das Nações Unidas para Assistência Humanitária têm apelado às autoridades israelitas para que facilitem urgentemente o acesso ao norte de Gaza para apoiar o resgate de dezenas de pessoas presas sob os escombros.

Força da ONU no Líbano

Na outra frente de confrontos, a Força da ONU no Líbano, Unifil, disse que no domingo, uma escavadora das Forças de Defesa de Israel, IDF, demoliu deliberadamente uma torre de observação e uma cerca perimetral de uma posição da ONU em Marwahin.

Uma nota da operação de paz destaca que as forças israelitas exigiram repetidamente que a Unifil desocupasse as suas posições ao longo da Linha Azul e danificaram deliberadamente posições da ONU.

A nota destaca que, apesar da pressão exercida sobre a missão e os países contribuintes de tropas, as forças de manutenção da paz permanecem em todas as posições de onde “continuarão a realizar as tarefas obrigatórias de monitorização e reporte”.