ONU lança apelo humanitário de US$ 426 milhões para o Líbano em meio à crise

Esta terça-feira, as Nações Unidas lançaram um apelo humanitário de 426 milhões de dólares para o Líbano. O montante deverá apoiar 1 milhão de pessoas deslocadas pelos bombardeamentos israelitas que afectaram a vida dos libaneses desde 17 de Setembro. Nas últimas duas semanas, a situação causou mais de 1.000 mortes e 6.000 feridos.

Segundo o Gabinete de Direitos Humanos da ONU, “cenas caóticas” espalharam-se por todo o território, obrigando as pessoas a fugir dos ataques aéreos. Além da expectativa de mais deslocações à medida que a violência continua, os representantes das Nações Unidas sublinham que atualmente não existem abastecimentos ou capacidade suficientes para responder à crise.

Força da ONU na Linha Azul

A Força Interina da ONU no Líbano, Unifil, disse que foi informada na segunda-feira sobre os planos dos militares israelenses para “incursões terrestres limitadas”. A operação de manutenção da paz afirmou que apesar deste “desenvolvimento perigoso”, permanece em posição.

O comunicado acrescenta que as equipas estão “a ajustar regularmente a postura e as atividades” e têm planos de contingência prontos para serem acionados caso seja necessário. A Unifil afirmou ainda que “a segurança e a proteção das equipes são fundamentais e todas as partes devem lembrar-se da obrigação de respeitá-las”.

A Unifil conta com cerca de 10.500 soldados da paz de 50 países que contribuem com tropas e realiza cerca de 14.500 atividades por mês.

Numa declaração emitida em resposta à escalada na região, a Missão da ONU destacou que qualquer passagem israelita para o Líbano seria “uma violação da soberania libanesa e da integridade territorial, e uma violação da resolução 1701” emitida pelo Conselho de Segurança em 2006 com o objectivo de parar a guerra entre Israel e o Hezbollah.

A nota também apela às partes para que evitem a escalada da violência, o que só levará a mais “derramamento de sangue”.

Crise no Médio Oriente

O Gabinete dos Direitos Humanos da ONU alertou que o aumento da violência no Médio Oriente tem o potencial de “engolir toda a região numa catástrofe humanitária e de direitos humanos”.

Além dos mais de 1 milhão de pessoas deslocadas no Líbano, os repetidos bombardeamentos do Hezbollah no norte de Israel, que começaram em resposta à guerra israelita em Gaza, deslocaram cerca de 60.000 pessoas.

De acordo com o Gabinete dos Direitos Humanos, todas as partes em conflitos devem distinguir claramente entre alvos militares e civis na forma como conduzem as operações.

O pedido é que os envolvidos façam tudo o que puderem para proteger as vidas dos civis, as suas casas e as infra-estruturas essenciais à sua existência quotidiana, conforme claramente exigido pelo direito humanitário internacional.