Durante uma visita ao Líbano, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, manteve encontros com o presidente eleito do país, Joseph Aoun, com o Primeiro-Ministro, Nawaf Salam e com o Presidente do Parlamento, Nabih Berri.
Num discurso aos jornalistas este sábado, Guterres manifestou total apoio ao presidente e ao futuro governo.
Oportunidade de consolidar instituições
Enfatizou que vê uma janela de oportunidade para uma nova era, onde será possível consolidar as instituições libanesas e criar condições para que o Estado proteja plenamente os seus cidadãos.
Após o encontro com o líder do executivo, o secretário-geral afirmou acreditar ser possível abrir “um novo capítulo de paz”, com a retirada das forças israelitas e a presença do exército libanês em todo o território nacional.
As tensões entre os dois países aumentaram desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro de 2023.
Uma escalada da violência foi observada a partir de agosto de 2024, marcada pelo aumento do fogo do grupo armado Hezzbollah contra Israel e pelas ofensivas israelenses em território libanês, incluindo pesados bombardeios e incursões terrestres.
Os confrontos foram interrompidos por um acordo assinado em novembro passado. O secretário-geral disse que o “cessar-fogo é frágil, mas está a ser mantido” e apelou a ambas as partes para que cumpram os seus compromissos.
Em busca do fim permanente da violência
Guterres disse que as Forças de Defesa de Israel iniciaram uma retirada faseada do território libanês, enquanto as Forças Armadas Libanesas estão a aumentar a sua presença a sul do rio Litani.
Por outro lado, o secretário-geral destacou preocupações com as contínuas demolições de edifícios e infra-estruturas no sul do Líbano, bem como com ataques aéreos fatais.
Além disso, só nos últimos 40 dias, a Força Interina da ONU no país, Unifil, descobriu mais de uma centena de esconderijos de armas e munições, partilhando prontamente a sua localização com as Forças Armadas Libanesas.
A resolução 1701 do Conselho de Segurança define que a área entre a fronteira de Israel com o Líbano, conhecida como Linha Azul, e o rio Litani deve estar livre de tropas e armas, exceto as do governo libanês e da Unifil.
Para Guterres, a plena implementação da resolução poderia garantir o fim permanente da violência, para além do actual cessar-fogo, que termina em 27 de Janeiro.
Apoio à rápida recuperação de comunidades devastadas
O chefe da ONU relatou que durante a sua visita ao sul do país viu em primeira mão o “dramático impacto humano e a destruição total causada pelo conflito”.
Milhares de residentes deslocados regressaram à região e encontraram as suas casas e comunidades em ruínas. O líder da ONU enfatizou que as necessidades de reconstrução são grandes, mas não intransponíveis.
Acrescentou que muitos israelitas também foram vítimas e tiveram as suas vidas afectadas pelo conflito. O chefe das Nações Unidas disse esperar que ambos os lados possam regressar aos locais onde viviam para recomeçarem as suas vidas.
Guterres expressou a sua intenção de mobilizar a comunidade internacional para fornecer ao Líbano todo o apoio necessário para uma recuperação rápida.
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