O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, disse que está a trabalhar com parceiros como a Organização Mundial de Saúde, OMS, e a Agência de Assistência e Obras das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos, Unrwa, para vacinar menores contra a poliomielite em Gaza.
Nesta quinta-feira, foi anunciada a compra e transporte de uma remessa de vacinas de rotina contra a poliomielite para a região. A ação visa fornecer mais de 1 milhão de unidades para ajudar a combater a variante específica detectada localmente.
Acesso às vacinas
A Unicef destaca que este esforço depende da chegada das vacinas aos locais necessários e da capacidade de as distribuir e administrar às crianças onde quer que estejam na Faixa de Gaza.
Depois de o vírus ter sido detetado em águas residuais, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, revelou planos para implementar duas rondas de imunização para 600 mil crianças com menos de oito anos, a partir de 17 de agosto.
Numa nota separada, a iniciativa A Educação Não Pode Esperar anunciou uma doação de 2 milhões de dólares para estudantes na Faixa de Gaza. O financiamento total do fundo a ser atribuído aos palestinianos é de cerca de 36 milhões de dólares.
A iniciativa global destaca que o impacto do sofrimento humano na região não tem precedentes nos menores e adolescentes que vivem “uma experiência devastadora que nenhuma criança deveria ter de suportar”.
Esforços globais
O montante que deve ser aplicado para promover uma “ação rápida” destina-se a apoiar os esforços globais para permitir o acesso a oportunidades educacionais e a serviços de saúde mental de qualidade.
Estima-se que desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, em Outubro de 2023, cerca de 625 mil crianças que estavam matriculadas nas escolas de Gaza não tiveram acesso à educação. Mais de 370 escolas sofreram danos devido aos ataques.
Segundo as Nações Unidas, o montante será implementado pelo Conselho Norueguês para os Refugiados num ano através do Programa Melhor Aprendizagem nos territórios palestinianos. O objetivo é melhorar as condições de ensino para crianças e adolescentes em Gaza.
Envio de vacinas contra a poliomielite
Relativamente à situação na região, a Unicef também enfatizou a situação de “incerteza e violência” vivida pelas crianças em diferentes contextos no Médio Oriente.
A diretora do Unicef para a região, Adele Khodr, disse que o aumento da violência e dos ataques “permeou vários países nos últimos meses, causando um impacto chocante na vida das crianças”.
Em locais como o Estado da Palestina, Israel, o Líbano e as Colinas de Golã ocupadas, “os relatos de um ataque são frequentemente acompanhados por notícias de crianças entre os mortos”. Em menos de um ano, milhares de menores foram mortos.
Adele Khodr destacou o aumento de meninos e meninas feridos e com “danos imensuráveis à sua saúde mental”, além da perda de moradia devido ao deslocamento, o que leva a um “constante estado de incerteza e medo”.
Ao apelar a uma redução imediata da violência, ela enfatizou que “qualquer escalada de violência na região levará a graves consequências humanitárias, colocando em risco a vida e o bem-estar de muito mais crianças”.
Outro receio são os efeitos duradouros nas perspectivas de paz e estabilidade no Médio Oriente. A agência da ONU reitera o seu apelo a todas as partes para que exerçam “a máxima contenção e protejam os civis e os serviços essenciais”.
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