JIUQUAN, China – Uma nave espacial chinesa transportando uma tripulação de três pessoas atracou na terça-feira em sua estação espacial em órbita, enquanto o país busca expandir sua exploração do espaço sideral em competição com os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que busca a cooperação de outras nações.
A equipe de dois homens e uma mulher substituirá os astronautas que viveram na estação espacial Tiangong nos últimos seis meses, conduzindo diversos experimentos e mantendo a estrutura.
A expectativa é que eles fiquem até abril ou maio do próximo ano. O novo comandante da missão, Cai Xuzhe, foi ao espaço na missão Shenzhou-14 em 2022, enquanto os outros dois, Song Lingdong e Wang Haoze, são viajantes espaciais de primeira viagem. Song e Wang nasceram na década de 1990 e se formaram na terceira onda de recrutamento de astronautas chineses, tendo passado por um rigoroso processo de testes e treinamento que durou anos.
Song era piloto da Força Aérea e Wang engenheiro da China Aerospace Science and Technology Corporation. Wang será a especialista em carga útil da tripulação e a terceira mulher chinesa a bordo de uma missão tripulada.
Na manhã de quarta-feira, a China declarou o lançamento e a entrada no espaço sideral um “sucesso total”.
A espaçonave Shenzhou-19 que transportava o trio decolou do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no noroeste da China, às 4h27, horário local (16h27 de terça-feira, horário do leste dos EUA), no topo de um foguete Longa Marcha-2F, a espinha dorsal das missões espaciais tripuladas da China.
“As condições da tripulação são boas e o lançamento foi bem sucedido”, anunciou a emissora estatal China Central Television.
A China construiu a sua própria estação espacial depois de ter sido excluída da Estação Espacial Internacional, principalmente devido às preocupações dos EUA sobre o controlo geral do programa espacial pelo Exército de Libertação Popular, o braço militar do Partido Comunista Chinês. O programa lunar da China faz parte de uma rivalidade crescente com os EUA e outros países, incluindo o Japão e a Índia.
Além de colocar em órbita uma estação espacial, a agência espacial chinesa pousou um explorador em Marte. O objetivo é colocar uma pessoa na Lua antes de 2030, o que tornaria a China a segunda nação, depois dos Estados Unidos, a fazê-lo.
Também planeja construir uma estação de pesquisa na Lua e já transferiu amostras de rochas e solo da Lua, pela primeira vez para qualquer nação em décadas, e colocou um veículo espacial no lado oculto da Lua, pouco explorado, pela primeira vez no mundo.
Os EUA ainda lideram a exploração espacial e planejam levar astronautas à Lua pela primeira vez em mais de 50 anos, embora a NASA tenha adiado a data prevista para 2026 no início deste ano.
A nova tripulação chinesa realizará caminhadas espaciais e instalará novos equipamentos para proteger a estação de detritos espaciais, alguns dos quais criados pela China.
De acordo com a NASA, grandes pedaços de detritos foram criados por “explosões e colisões de satélites”. O lançamento de um foguete pela China para destruir um satélite meteorológico redundante em 2007 e a “colisão acidental de satélites de comunicações americanos e russos em 2009 aumentaram enormemente a quantidade de grandes detritos em órbita”, afirmou.
As autoridades espaciais da China afirmam ter medidas em vigor caso os seus astronautas tenham de regressar à Terra mais cedo.
A China lançou a sua primeira missão tripulada em 2003, tornando-se apenas a terceira nação a fazê-lo, depois da antiga União Soviética e dos Estados Unidos. O programa espacial é uma fonte de enorme orgulho nacional e uma marca dos avanços tecnológicos da China nas últimas duas décadas.
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