O Fundo Monetário Internacional, FMI, publicou um artigo em seu site sobre o alto custo do crime, da violência e da instabilidade econômica na América Latina.
Em blog, assinado por Ilan Goldfajn e Rodrigo Valdes, a entidade afirma que o crime custa mais de 3% do Produto Interno Bruto, o PIB, da região e reduz o crescimento de milhões de cidadãos.
Futuro roubado
Outro problema sério é o alto índice de homicídios. A América Latina e as Caraíbas representam 8% da população mundial, mas quase um terço de todos os homicídios globais ocorrem nessa região. Tudo isto custa muito caro ao desenvolvimento económico e rouba o futuro de quem vive no subcontinente.
e outros dados alarmantes destacam a necessidade urgente de estratégias abrangentes para abordar os efeitos mais profundos da violência.
De acordo com relatórios recentes do Banco Interamericano de Desenvolvimento, do BID e do FMI, o crime, a insegurança e o baixo crescimento reforçam-se mutuamente num ciclo vicioso.
Como resultado, os investimentos e o turismo são reduzidos e o movimento de êxodo migratório se acelera.
Aumento da violência, desigualdade e inflação
Durante a década de 1980, a América Latina e o Caribe viram acontecer a chamada Década Perdida, com altas taxas de inflação, recessões e pouco investimento. Hoje, a instabilidade macroeconómica – recessões, picos de inflação e aumento da desigualdade – está associada ao aumento da violência.
Quantificando os custos do crime
Um estudo recente do BID quantifica as perdas diretas, estimando que o crime e a violência custam anualmente à região 3,4% do PIB. Estes custos incluem a perda de produtividade devido a pessoas mortas, feridas e encarceradas; gastos do sector privado em segurança; e gastos públicos com polícia, justiça e prisões. Isto equivale a 80% dos orçamentos da educação pública da região e ao dobro dos gastos com assistência social.
Mas o impacto não para por aí. A criminalidade desencoraja o investimento, reduz o turismo e impulsiona a emigração, enfraquecendo ainda mais a resiliência económica e limitando o crescimento futuro da região. Um Pesquisa do FMI mostra que o crime prejudica a inovação e reduz a produtividade das empresas, agravando a estagnação económica ao longo do tempo. Utilizando dados de iluminação noturna geolocalizados, o estudo conclui que reduzir para metade as taxas de homicídio em municípios violentos poderia aumentar a sua atividade económica em até 30%. A nível regional, como mostra um estudar do FMI publicado no ano passado, a redução das taxas de homicídio para a média global poderia aumentar o crescimento anual do PIB na América Latina e no Caribe em 0,5 pontos percentuais.
Por outro lado, a instabilidade macroeconómica alimenta frequentemente picos de violência: uma recessão na região está associada a um aumento de 6% nos homicídios, enquanto os picos de inflação acima de 10% estão ligados a um aumento de 10% nos homicídios no ano seguinte. O aumento da desigualdade agrava ainda mais a ligação entre a estagnação económica e a criminalidade.
Como as políticas públicas podem ajudar?
Quebrar este círculo vicioso requer uma compreensão mais profunda das suas causas e impactos. Investigação rigorosa e melhores dados são essenciais para conceber políticas públicas que reduzam eficazmente a criminalidade. Instituições como o BID e o FMI podem gerar provas, monitorizar a dinâmica do crime, aconselhar os países membros e facilitar as discussões. Dada a relevância macroeconómica do tema na região, as instituições reuniram investigadores e especialistas de diversas áreas num conferência conjunta há algumas semanas, que teve discussões encorajadoras.
Em primeiro lugar, uma política económica sólida desempenha um papel preventivo. Estabilidade, inflação baixa, redes robustas de protecção social e oportunidades que reduzam a desigualdade e expandam o acesso à educação e ao emprego são fundamentais para quebrar o ciclo de violência e estagnação. As autoridades financeiras têm uma posição privilegiada para enfraquecer as redes criminosas e as atividades ilícitas, restringir os fluxos financeiros e combater o branqueamento de capitais, cortando os recursos que apoiam o crime organizado.
Em segundo lugar, dado que o impacto do crime vai muito além dos custos económicos directos, a política económica deve adoptar um papel mais amplo, centrando-se nos grupos de alto risco, melhorando a monitorização do crime e reforçando a coordenação interinstitucional.
Recrutamento de menores e reformas penais
Intervenções eficazes podem trazer resultados transformadores. Com o apoio do FMI, a Jamaica implementou reformas que protegeram os investimentos públicos e os gastos sociais, ao mesmo tempo que reduziu a dívida para metade entre 2012 e 2022. As intervenções comunitárias apoiadas pelo BID reduziram a violência dos gangues em 68% nos bairros afectados.
A província de Rosário, na Argentina, implementou uma estratégia abrangente para combater o crime, incluindo o controle territorial de bairros de alto risco pela Polícia Federal, sistemas prisionais mais rigorosos para criminosos de alto perfil e processos coletivos contra grupos criminosos sob a nova legislação, como o lei antimáfia. Estes esforços, juntamente com os avanços num código penal juvenil para impedir o recrutamento de menores por traficantes de drogas, levaram a uma redução de 65% nos homicídios em 11 meses. Nas Honduras, as reformas estratégicas de segurança contribuíram para uma queda de 14% na taxa de homicídios e um aumento de 8% na confiança do público na aplicação da lei.
Os governos devem dar prioridade à utilização eficaz dos recursos, dada a magnitude do desafio. A despesa pública com a segurança na região já é elevada – cerca de 1,9% do PIB, ou 7,4% da despesa pública total – e pode ser ainda maior em áreas onde as forças armadas e os governos subnacionais estão envolvidos. Os ministros das finanças e as autoridades fiscais precisam de ter uma compreensão abrangente destes custos, incluindo a polícia, os tribunais, as prisões e outras instituições relacionadas, para garantir que os recursos sejam atribuídos de forma eficiente às áreas de maior impacto. Eles também precisam monitorar essas despesas da mesma forma que supervisionam outras grandes rubricas orçamentárias, avaliando seu impacto e cobrando resultados.
O Crime Transnacional Requer Cooperação Regional
Combater a criminalidade exclusivamente a nível nacional não é suficiente. Os grupos criminosos ignoram as fronteiras, o que torna as respostas exclusivamente nacionais ineficazes e fragmentadas. Para enfrentar este desafio comum, os países devem colaborar mais estreitamente para desenvolver soluções mais robustas e coordenadas.
Reconhecendo a natureza transnacional do crime, a Aliança para a Segurança, a Justiça e o Desenvolvimento do BID procura unir os governos, a sociedade civil e o setor privado. Esta aliança visa não só fortalecer as instituições e melhorar a cooperação, mas também apoiar políticas públicas e mobilizar recursos para implementar soluções que combatam eficazmente o crime organizado e a violência – com base em evidências sólidas.
Governos e sociedade civil
A colaboração regional é crucial para desmantelar as redes sofisticadas e interligadas do crime organizado que comprometem o Estado de direito e a estabilidade económica. Ao promover esforços unificados, instituições como o FMI e o BID, juntamente com os governos e a sociedade civil, desempenham um papel fundamental neste esforço.
Quando vidas estão em jogo, o impacto real destas ações deve ser sentido todos os dias – com maior segurança nas ruas, mais esperança nas comunidades e oferecendo às pessoas uma oportunidade real de prosperar economicamente num futuro sem violência
*Escrito com base em um artigo do FMI
emprestimos aposentados e pensionistas
simular empréstimo aposentado
empréstimo consignado online rápido
emprestimos para pensionista do inss
emprestimo aposentado simulador
emprestimos aposentados simulação
empréstimo aposentado e pensionista
emprestimo aposentado pensionista
empréstimo pelo inss
emprestimos
emprestimo para aposentados inss