Angola e Haiti citados no contexto do poder do multilateralismo e missões de paz

Angola e Haiti citados no contexto do poder do multilateralismo e missões de paz


O Subsecretário-Geral para as Operações de Manutenção da Paz da ONU defende um maior apoio de todo o mundo a este tipo de missão para o sucesso dos esforços na procura de uma paz sustentável em contextos de conflito.

Jean Pierre Lacroix falou ao UN News em Nova Iorque à margem da sessão de alto nível da 79ª Assembleia Geral e disse que a presença de líderes globais e seus representantes no evento é uma grande oportunidade.

Respeito pelos acordos de cessar-fogo

O entrevistado lembrou as prioridades do aspecto da estabilização que devem ser consideradas no evento que começou no dia 23 de setembro e termina nesta segunda-feira.

“A proteção da população civil e a verificação do respeito dos acordos de cessar-fogo, mas estes são o que chamo de intermediários. O objetivo final de uma missão de manutenção da paz é que, depois de implantar e apoiar uma missão de manutenção da paz, você possa alcançar aquela situação em que essas operações de manutenção da paz possam sair e tornar a situação mais estável.”

Lacroix apontou Angola como um dos exemplos de assistência em operações já implementadas. As autoridades de Luanda lideram o diálogo a favor da estabilização regional que a Missão da ONU na República Democrática do Congo, MONUSCO, apoia há mais de 20 anos.

Um helicóptero sobrevoa uma área urbana no Haiti

Possibilidade de retorno das forças de manutenção da paz

O subsecretário-geral considera o processo diplomático sob liderança angolana um modelo importante que tem sido seguido de perto pelo Departamento de Operações de Manutenção da Paz das Nações Unidas.

“Penso que é um motivo de esperança para a República Democrática do Congo. Nós, as Nações Unidas, apoiamos totalmente este processo, não só do ponto de vista político, mas também no terreno, com os recursos da MONUSCO. Em particular, a nossa primeira missão é apoiar o compromisso de verificar um cessar-fogo liderado por Angola.”

Depois de destacar o papel de estabilização regional desempenhado por Angola, o Haiti foi outro exemplo citado pelo subsecretário-geral para a possibilidade de regresso das forças de manutenção da paz caso seja tomada uma decisão neste sentido.

“Acho que (o Haiti) tem que ser a prioridade. Esta operação e missão necessitam de mais apoio, recursos financeiros e tropas. Vamos ver o que o Conselho de Segurança decidirá sobre o futuro. Quero insistir que temos de apoiar e pedir mais assistência nesta operação para apoiar a segurança deste país.”

O presidente haitiano, Edgard Leblanc Fils, disse à Assembleia Geral da ONU que o país caribenho apoia o eventual envio pela organização de uma missão de manutenção da paz para combater a violência das gangues.

A adopção do envio de uma possível operação seguir-se-ia ao endosso da Missão Multinacional de Apoio à Segurança em Outubro passado. A iniciativa liderada pelo Quénia necessita de pessoal e financiamento para os esperados até 400 membros.



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