Embaixadora de Angola defende mais mulheres na diplomacia e mediação

Embaixadora de Angola defende mais mulheres na diplomacia e mediação


A embaixadora de Angola nas Nações Unidas em Genebra, Margarida da Silva Izata, defende mais mulheres do seu país a trabalhar nas áreas diplomática e de mediação internacional.

A diplomata respondia a uma pergunta do UN News sobre a actual presença de Angola nas manchetes da promoção da paz e estabilidade em África e como o processo seria apoiado com maior influência das mulheres.

Capacidade de ocupar qualquer lugar

Margarida da Silva Izata disse que, a nível nacional, muitas mulheres angolanas já estão a trabalhar em questões essenciais e acumularam conquistas ao longo do tempo.

Missão de Angola na ONU em Genebra

Além das questões humanitárias, a embaixadora Margarida Izata disse priorizar a discussão de questões internacionais ligadas aos blocos

Angola é membro da ONU há 48 anos, tendo ingressado na organização no ano seguinte à declaração de independência. Atualmente 30% dos diplomatas são mulheres.

“Isso não dificulta a vida de nenhum país que tenha defendido, de certa forma, inclusive naturalmente, um tipo de política sexista, muito dirigida primeiro aos homens. Estamos caminhando lentamente. Não por causa do sistema de cotas, temos capacidade suficiente para ocupar qualquer lugar, e desta forma podemos ver um certo reconhecimento. Temos, por exemplo, um vice-presidente, um presidente do Parlamento angolano, temos vários ministros que têm feito o melhor que podem para responder à confiança que o presidente depositou neles. No campo diplomático também estamos subindo alguns degraus. A maioria dos embaixadores não são mulheres, mas as mulheres na diplomacia fizeram a sua parte.”

Na conversa que abordou temas como a cooperação para o desenvolvimento e as áreas económica e de direitos humanos, foi também levantada a questão do intercâmbio com os países de língua portuguesa no importante espaço diplomático internacional.

Organização multifacetada

O representante disse que Angola registou grande actividade nesta área ao liderar a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, em 2022. O embaixador declarou que a diplomacia angolana ainda continua neste caminho.

“O que fizemos foi juntar a nossa voz, a voz da Cplp, às declarações no domínio dos direitos humanos, no domínio dos refugiados e das migrações, como uma organização multifacetada. É multicontinental, não apenas na Europa e em África, mas em quase todos os continentes. Também como forma de promover o português no sistema das Nações Unidas, o que não é fácil. Penso que se continuarmos neste caminho teremos o português como língua oficial na ONU. É uma questão de compromisso.”

Genebra é sede do Conselho de Direitos Humanos. Segundo a embaixadora angolana, o seu país intensificou a interacção com a sociedade civil em vários domínios, preparando-se para ser avaliado na Revisão Periódica Universal, em Fevereiro de 2025.

Na acção com a ONU, na cidade suíça, Angola considera importante a presença da Organização Mundial do Comércio.
Além das questões humanitárias, a embaixadora disse priorizar a discussão de questões internacionais ligadas aos blocos de Países Não Alinhados e ao Grupo Africano.



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