Cabo Verde destaca na Cimeira do Futuro a importância da ambição para enfrentar os desafios globais
O presidente do país, José Maria Neves, enfatizou a necessidade de uma reforma na arquitetura financeira internacional que considere ajustes no financiamento, capaz de responder eficazmente às necessidades globais e específicas de desenvolvimento.
Consequências cada vez mais impactantes
“Esta nossa Cimeira do Futuro deve ser ambiciosa. Com efeito, o futuro que queremos e as Nações Unidas de que necessitamos devem ser capazes de prosseguir objectivos que estejam à altura de responder aos desafios que o mundo tem enfrentado, cada vez mais globais e com consequências cada vez mais impactantes, nomeadamente ao lado dos mais vulneráveis. países.”
Para o presidente cabo-verdiano, a falta de paz e segurança intensificou-se devido à proliferação de guerras e conflitos em todos os continentes, além de ações terroristas. No entanto, o seu principal foco de intervenção foi o desenvolvimento.
“A concretização dos ODS, incluindo a mitigação e adaptação a eventos extremos associados às alterações climáticas, não tem sido inclusiva no sentido de não deixar ninguém para trás. E, ao mesmo tempo, as metas ainda estão traçadas. Uma causa essencial que tem impedido a aceleração dos resultados nesta área é a persistente lacuna de financiamento entre os anúncios feitos e os desembolsos feitos.”
José Maria Neves avalia que, mesmo quando não há guerra, os casos e a tensão aumentam em áreas como a governação, a ordem constitucional, o uso da força, a violação dos direitos humanos e a incapacidade de responder aos desejos e aspirações das pessoas.
Instituições multilaterais
O presidente destacou que as divisões políticas e ideológicas têm impedido o funcionamento normal das instituições multilaterais a nível global e regional. Para ele, a situação afeta “a capacidade de encontrar soluções duradouras para estes conflitos e tensões”.
No final, o chefe de Estado de Cabo Verde enumerou desafios globais que merecem o reforço da cooperação internacional. A primeira é o acesso aos benefícios da ciência, tecnologia e inovação, principalmente do Sul.
Ele também citou os riscos da cibersegurança e da militarização das tecnologias, incluindo a inteligência artificial, além da incapacidade de “responder às perguntas e aos sonhos dos jovens e das gerações futuras”.
Para José Maria Neves, uma reforma eficaz do Conselho de Segurança da ONU deve passar pela ampliação do número de membros, equilibrar a representação regional e interferir no veto no processo de tomada de decisão.
Na sua avaliação, esta reforma não deverá afectar a prática dos planos nacionais e o Estado de direito.
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