Cada passo ao longo das margens do Sena revela um novo rio. Os diferentes pontos do percurso vão desde as áreas mais limpas até aquelas que emitem mau cheiro e ainda preocupam atletas e comitês olímpicos pouco antes da Cerimônia de Abertura. Nesta quinta-feira (25/7), o No ataque examinou de perto a qualidade e a aparência das águas, uma das grandes polêmicas dos Jogos Olímpicos Paris 2024.
Nos últimos anos, as autoridades francesas realizaram um grupo de trabalho para limpar o rio histórico que atravessa grande parte da capital. O projeto era ambicioso: deixá-lo em perfeitas condições para o banho. Afinal, o local receberá as provas de triatlo (30 e 31 de julho e 5 de agosto) e maratona aquática (8 e 9 de agosto), além, é claro, da Abertura nesta sexta-feira.
Nadar lá foi proibido por mais de 100 anos. E a conta para tentar virar esse jogo é assustadora: para limpar o Sena foram investidos cerca de 1,4 bilhão de euros (R$ 8,58 bilhões). A principal estratégia foi construir um enorme reservatório para captar a chuva e reduzir a contaminação.
Depois do conturbado processo de limpeza, várias vezes adiado devido ao elevado nível de poluição, os governos locais decidiram colocar à prova a qualidade da água. Dias antes da inauguração, a ministra francesa do esporte e das Olimpíadas, Amélie Oudéa-Castéra, e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, mergulharam no local.
Mesmo assim, há muita desconfiança. O Sena é realmente adequado para banho? Nos últimos dias, a reportagem percorreu diversos pontos do rio até o teste final, nesta quinta-feira, quando uma câmera foi colocada na água. Mais do que mergulhar no local, a ideia foi perceber em imagens o tom e a aparência do espaço onde nadarão atletas como a brasileira Ana Marcela Cunha – campeã olímpica da maratona aquática de Tóquio, 2021.