Seabra corre risco de demissão no Cruzeiro? Mattos responde

Contratado em abril como técnico do Cruzeiro, Fernando Seabra já viveu momentos mais tranquilos na Toca da Raposa. Em meio a uma sequência negativa no Campeonato Brasileiro, alguns torcedores chegaram a pedir a demissão do técnico. Para a CEO do clube, Alexandra Mattos, essa possibilidade não existe no momento.

Em entrevista a Jaeci Carvalho, colunista do Estado de Minasnesta segunda-feira (2/9), Mattos pregou confiança no trabalho de Seabra. O dirigente ainda falou na permanência do treinador por cinco anos.

“Espero que ele fique cinco anos aqui, que é o contrato que tenho, que fique comigo. Neste momento, não vemos nenhum indício de que haja necessidade de mudança, por diversos fatores, independente do resultado.”

Alexandre Mattos, CEO do Cruzeiro

Quando Seabra foi contratado, o Cruzeiro ainda pertencia a Ronaldo Fenômeno. Ao assumir a gestão da Raposa, Pedro Lourenço realizou algumas transformações no clube, dentro e fora de campo. O treinador, porém, foi mantido no cargo.

“No momento priorizamos e acreditamos no que está sendo feito. Estamos ajudando muito para que possamos proporcionar tranquilidade, acima de tudo confiança, para que os resultados aconteçam. Quando chegamos, o Cruzeiro havia perdido o campeonato mineiro em casa, eliminado por Souza na Copa do Brasil, na primeira rodada, com três empates na fase de grupos da Copa Sul-Americana, prestes a ser eliminado, e no início do Campeonato Brasileiro levou três para o rival, na sua arena”, continuou Mattos.

“Com a nossa chegada, com a gestão de Pedro Lourenço, o nível subiu e começamos a pensar noutros objectivos. Então foi essa mudança que levou a esse pensamento maluco de que tudo tem que mudar, ‘o cara é muito novo’, não sei o quê. Calma, estamos indo e estamos muito, muito bem”, completou.

Fernando Seabra no Cruzeiro

Como técnico do Cruzeiro, Fernando Seabra soma 30 jogos, 15 vitórias, seis empates e nove derrotas. Apesar de estar há cinco rodadas sem vencer no Campeonato Brasileiro, a Raposa venceu o Atlético-GO por 3 a 1 neste domingo (1º/9), no Mineirão, pela 26ª rodada, e alcançou o 41º ponto na competição, desempenho que a coloca na quinta posição.

Na Copa Sul-Americana, o time celeste enfrentará o Libertad nas quartas de final. O primeiro jogo será disputado no dia 19 de setembro, no Defensores del Chaco, a partir das 21h30.

A resposta de Mattos sobre Fernando Seabra

“Conheci o Seabra aqui no Cruzeiro. É um trabalho muito bom. Ele tem algumas visualizações de futebol acima da média. Claro que ele é um jovem e talvez por isso pague este preço. As pessoas às vezes têm uma predisposição de dizer: ‘Ele é muito novo, temos que procurar outra pessoa, ele é estagiário’. Ao mesmo tempo ouvimos que tem que haver renovação, ninguém perde tempo. Seu trabalho tem quatro meses. E fazendo uma mudança de patamar entre as safras. Quando ele chegou, a ideia do Cruzeiro era uma só. A partir da entrada de Pedro Lourenço a ideia mudou. Outros jogadores.”

“Falei para o Seabra: ‘Não temos tempo’, com a janela fechada em maio e com a falta de oportunidades no mercado, com alguns clubes de grandes jogadores não liberando. Ouvi isso de vários clubes de lá: ‘Não, agora não, pelo Brasil não, neste momento não vou procurar outro’. Como ele não divulgou, eu falei: ‘Seabra, vamos ter que ser avassaladores e trazer bons jogadores, independente de suas características, para você se encaixar. A ideia do jogo iria amadurecer com o tempo. Foi assim que foi feito naquele momento e, agora com mais calma, com mais tranquilidade, estamos planejando os próximos anos.”

“O Seabra, há um mês, vencendo o Botafogo, era considerado um dos maiores. Se você pensar em levar Seabra para lá, o mundo acabaria. Sabemos que o futebol é assim. Sabemos que as oscilações acontecem com todos, sem exceção. Precisamos manter o equilíbrio e, claro, se em algum momento precisarmos agir, seja com o treinador ou com outra pessoa, ou com um profissional, enfim, se tivermos que fazer algo diferente do que fazemos, agora a gente faz isso também, porque o futebol muda muito o tempo todo.”