Opinião: Cadê a alma encantadora das ruas?

Opinião: Cadê a alma encantadora das ruas?


O cenário é de cair o queixo. De um lado, o Museu do Louvre e o Jardim das Tulherias, hoje decorado pela pira olímpica inspirada na aventura dos irmãos Montgolfière. Do outro, o imponente obelisco da Place de La Concorde e, no final do horizonte, a Torre Eiffel. A pista de skate das Olimpíadas de Paris fica no centro deste grande cartão postal. É espetacular, sem dúvida – não por causa disso, mas por causa do que está ao seu redor. A música sai dos alto-falantes no máximo. O sol às 17h está virando a cabeça.

A final do skate park conta com oito atletas – três são brasileiros. O público grita animadamente. Não há dúvidas: a ideia de introduzir modalidades urbanas para os Jogos Olímpicos funcionou, e de alguma forma rejuvenesceu o público. Bem-vindo, skate. Em Tóquio, com a pandemia, era um programa de televisão. Em Paris, com público, ganhou cor. Na tarde de quarta-feira, o nadador francês Léon Marchand, de 22 anos, se divertia muito. Os onipresentes Snoop Dogg e Gabriel Medina também apareceram.

Onipresente em Paris, Snoop Dogg aparece em competição de skate (Luiza Moraes/COB)

Mas, e sempre há um mas… fica-se com a impressão de que tiraram do skate, ligado à rigidez olímpica, o que ele tem de mais interessante: a alma encantadora das ruas. É como se eles “gentrificassem” a cultura popular. Obviamente, quem entende do esporte – e eu não sou um deles – vê emoção e destreza nos movimentos. Mas há algo dissonante.

Desde a década de 1960, quando surgiu na Califórnia, o skate se tornou um modo de vida, um manifesto para os jovens. Envolve um modo de andar, um certo tipo de música, roupas sem regras. Nasceu como sinônimo de liberdade e revolta à margem da sociedade e quis continuar assim – até ser engolido pelas Olimpíadas.

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Gabriel Medina na competição de skate em Paris (Luiza Moraes/COB)

O dinheiro circula, a visibilidade continua a crescer – mas essa ingenuidade saudável pode ter desaparecido. Pouco antes da estreia, em Tóquio, o editor de uma respeitada revista americana de skate, Jenkem Magazine, disse: “A comunidade do skate cresceu precisamente porque estava à margem do mundo oficial, fora do que chamamos de mainstream. É uma forma artística e livre de ver o mundo e de se expressar, e não há relação entre essa postura e as Olimpíadas.”

Parabéns aos campeões do skate park, parabéns ao brasileiro Augusto Aiko, o Japinha, medalhista de bronze – e que bom poder tê-los em breve no asfalto, sem cercas de proteção, na periferia.



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