O sacode de audiência da TV Globo com Gabriel Medi…

A medalha de bronze conquistada por Gabriel Medina na noite desta segunda-feira, 5, gerou quase 30 pontos de pico de audiência da TV Globo, um dos recordes dessas Olimpíadas. A figura do surfista brasileiro, aliás, já havia alcançado mais um recorde de interações com a icônica imagem feita pelo fotógrafo Jérôme Brouilletna semana passada, pegando o brasileiro estático ao lado de sua prancha, sob as ondas do mar do Taiti.

O sucesso do surf, porém, não surpreende quem dele pratica. Ivan Martinho, presidente da WSL (World Surf League) na América Latina, afirma que a vitória de Medina, e também na prata com a brasileira Tatiana Weston-Webb, no feminino, consolida o momento atual. Já são 7 títulos mundiais e 3 medalhas olímpicas na década. “São conquistas formidáveis ​​e inigualáveis ​​para um esporte que há décadas era visto como uma atividade de nicho, associada à contracultura, hoje brilhando no horário nobre da TV aberta, com 30 pontos de audiência. Estamos falando de milhões de pessoas no YouTube e na TV por assinatura, esbanjando emoção e orgulho em apoiar essas estrelas que, com sua determinação, disciplina, talento e resiliência, representam tão bem o país no mundo”, afirma o executivo.

Segundo Martinho, o gatilho para a consolidação do surf veio, obviamente, pelas conquistas citadas acima. Por outro lado, revela preparação extra da WSL em relação à captação de novos torcedores e manutenção dos que já possuíam, indo além dos resultados práticos.

Apoiado em diferentes estratégias de conteúdo que falam sobre competição e bastidores e distribuídos para diversos canais, além das verticais de esporte, o esporte tem quebrado recordes de popularidade a cada ano.

A estratégia para atingir outros nichos não surgiu por acaso. Martinho conta que o planejamento estratégico vem desde 2019, antes das Olimpíadas de Tóquio, com preparação e criação específicas que atendessem a todo e qualquer tipo de publicação, passamos por hard news, negócios, entretenimento, lifestyle, moda ou casual, criando histórias e conteúdos que justificassem estar presentes em cada um deles sem perder a essência da cultura esportiva. “Embora estivéssemos aproveitando o sucesso de repercussão gerado pelas conquistas recorrentes dos brasileiros, percebemos que isso poderia ser um motor para irmos mais longe. Por isso embarcamos nessa estratégia, obviamente potencializando ainda mais o gancho de resultados e ajudando a construir as marcas pessoais de cada atleta desta geração. Isso é o que a WSL vem fazendo há muitos anos.”

O presidente da WSL (World Surf League) na América Latina entende que, em termos de resultados e grandeza, o surf atingiu um patamar de consolidação. Afinal, são 54 vitórias brasileiras em etapas do circuito de 2014 a 2024. O impacto econômico também chama a atenção, representando 159 milhões de reais com mais de 350 mil pessoas presentes no Vivo Rio Pro deste ano. Além disso, marcas importantes estiveram presentes nesta parceria, como Red Bull, Apple Watch, Corona, Vivo, Banco do Brasil, Natura e Unilever (Mãe Terra).

“É uma modalidade consolidada. O passo fundamental é garantir que o surfe seja visto ou consumido não apenas a cada 4 anos, nas Olimpíadas ou nas Copas do Mundo. A exposição já é grande e cresce a cada ano. E o objetivo é aproximar os atletas e o esporte dos torcedores, humanizando o surf e fazendo com que as pessoas criem essa identificação constante”, acrescenta Ivan Martinho.