As cenas bárbaras vistas na Arena MRV neste domingo (11/10), na final da Copa do Brasil, resultaram na prisão de 12 torcedores de Atlético e Flamengo até a noite de segunda-feira. O No ataque Confira abaixo um resumo de todos os acontecimentos lamentáveis ocorridos no estádio do Galo.
O anúncio foi feito pelo vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), nas redes sociais. O político afirmou ainda que a Polícia Militar do estado (PMMG) continua trabalhando para identificar os responsáveis pela confusão no estádio.
“Acabei de conversar com o Comando da PM. Não toleraremos a violência, muito menos no futebol. Já temos 12 presos e continuaremos identificando e punindo os responsáveis pelos atos de violência do jogo de ontem em BH”, afirmou.
Além da PM, a Arena MRV atua nos bastidores para ajudar na identificação dos criminosos.
“Em relação aos incidentes ocorridos na Arena MRV durante a final da Copa do Brasil, o Atlético colaborará com as autoridades para identificar os infratores e tomará fortes medidas para garantir que os eventos não se repitam no futuro”, anunciou a assessoria de imprensa do estádio . .
Caos na Arena MRV
Além da derrota do Atlético para o Flamengo por 1 a 0, a final foi marcada por cenas lamentáveis nas arquibancadas. A confusão começou com a bola ainda rolando, quando torcedores do Galo atiraram óculos nos jogadores do rival e paralisaram a partida por cinco minutos.
Além disso, sinalizadores foram acesos e bombas foram lançadas das arquibancadas. Um deles chegou a atingir o fotógrafo de Nuremberg José Maria, que quebrou três dedos e rompeu o tendão do pé. Outros chegaram a explodir bem perto de atletas do Flamengo.
Houve ainda mais confusão após o apito final. Alguns jogadores alvinegros cobriram o rosto com camisetas e usaram algumas barras de contenção para tentar entrar em campo. Eles foram rapidamente confrontados pela segurança do estádio.
No momento da invasão, a torcida do Flamengo, que comemorava a taça no centro do campo, correu no sentido contrário. O atacante Hulk foi ao centro do conflito e exigiu o fim da confusão. Pouco depois, os zagueiros Maurício Lemos e Battaglia se juntaram ao camisa 7.
Reclamação no STJD
Com toda a confusão, o Ministério Público do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) prepara uma denúncia contra o Atlético, que será feita com base no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que traz punições para quem “ deixar de tomar medidas capazes de prevenir e reprimir” distúrbios no estádio.
“O clube será denunciado ao STJD. Aguardamos o resumo da partida com os relatórios do árbitro. A perda dos comandos de campo é uma das sanções que podem decorrer da denúncia”, disse Paulo Dantas, procurador-geral do STJD, ao UOL.
Além disso, existe a possibilidade de a Arena MRV ser fechada caso o STJD entenda que não há infraestrutura adequada para garantir a segurança das partidas.
O resumo do jogo foi publicado na noite deste domingo, pelo árbitro Raphael Claus. O draft apontava para a série de bombas e objetos lançados, além da “ostensiva” tentativa de invasão no final da partida. Clique aqui e leia na íntegra.
FMF exige punição
A Federação Mineira de Futebol (FMF) também repudiou os casos de violência ocorridos na Arena MRV. Em nota oficial, a entidade se colocou à disposição da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do STJD para contribuir na responsabilização dos envolvidos, além de manifestar apoio ao fotógrafo de Nuremberg.
“Este episódio representa uma violação inaceitável dos princípios de civilidade e respeito que devem reger qualquer evento desportivo. O futebol é, acima de tudo, um espaço de celebração, união e convivência pacífica entre os torcedores”, diz parte da nota.
O repúdio do Flamengo
Em nota, o Flamengo repudiou os acontecimentos na Arena MRV. O clube criticou a organização do Atlético e citou os diversos acontecimentos ocorridos no estádio.
“Infelizmente, o cenário de guerra visto ontem não é novidade nos jogos realizados em Belo Horizonte, contra o time do Atlético Mineiro. A rivalidade entre as equipes, que deveria se restringir ao ambiente esportivo, de forma saudável, ultrapassou a barreira do razoável, de modo que as autoridades (Ministério Público, Órgãos de Segurança Pública, Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Confederação Brasileira de Futebol, entre outros ) precisam e devem tomar medidas urgentes”, diz parte da nota.
“Os dirigentes da Arena MRV, juntamente com a diretoria do Clube Atlético Mineiro, tinham a obrigação legal de organizar o evento e garantir a segurança dos presentes e não o fizeram. A fiscalização e busca de pessoas foi totalmente falha, permitindo a entrada de bombas e outros artefatos, que causaram danos e ferimentos às pessoas”, continuou o clube.
Fotógrafos lamentam caso
Fotógrafos e cinegrafistas que trabalharam na final da Copa do Brasil relataram um cenário de guerra na Arena MRV. Bombas, copos e pratos de comida foram arremessados por diversos torcedores em direção ao gramado, atingindo os profissionais que cobriam o jogo. Além disso, alguns atletas ameaçaram jornalistas e apresentadores de rádio.
Em grupo de WhatsApp com fotógrafos e cinegrafistas de todo o país, os profissionais disseram que se sentem inseguros no estádio, pois são constantemente assediados pelos torcedores.
Segundo eles, a situação piorou na partida contra o Flamengo, principalmente depois que o equatoriano Gonzalo Plata marcou o gol da vitória do time rubro-negro aos 36 minutos do segundo tempo.
“Houve várias bombas! Aquele que pegou o colega, ele estava se esquivando de outro na hora. Você não pode limpar isso. É algo extremamente sério. Você não pode esperar o pior acontecer! Se fossem três dedos de um jogador, qual seria o comportamento?”, questionou um fotógrafo. “
Quem vai pagar o tempo [sem poder trabalhar] de Nuremberga? Público bate recorde e faz esse show de terror!”, continuou.
Má experiência para jornalistas
A jornalista Isabelle Costa, por sua vez, relatou que ouviu insultos de torcedores do Atlético durante a cobertura. Um deles jogou um objeto na direção do profissional.
“Se esse cidadão tivesse algum objeto que pudesse realmente me machucar, você imagina o que aconteceria? Ele pegou o que viu na sua frente e jogou em minha direção. Além dos insultos, a tentativa de agressão”, lamentou.
Também nas redes sociais, Victor Canedo afirmou que a situação poderia ter sido ainda pior. O jornalista afirmou ainda que teve uma péssima experiência profissional no estádio.
“Afirmo sem exagero que uma tragédia não aconteceu por causa de detalhes. Iam invadir o gramado para atacá-lo deliberadamente. Está tudo muito, muito errado”, disse ele.
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