Medalhista do Pan teme perder guarda da filha por possível ida à Olimpíada

Medalhista do Pan teme perder guarda da filha por possível ida à Olimpíada


Medalhista do Pan teme perder a guarda da filha devido a possível ida às Olimpíadas (Flávia Maria de Lima conquistou o bronze na prova de 800 m no Pan de Toronto 2015)

Medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015, Flávia Maria de Lima desabafou nas redes sociais e expôs uma situação pessoal. A atleta, que ainda sonha com uma vaga no atletismo para as Olimpíadas Paris-2024, revelou que convive com pressões psicológicas e teme perder a guarda da filha por disputar competições fora do país. A ex do velocista ainda utiliza os Jogos Olímpicos nos processos, segundo o atleta.

Atualmente na Europa, Flávia Maria de Lima disputa competições em busca do índice olímpico para estar em mais uma Olimpíada – ela esteve no Rio de Janeiro em 2016. Medalhista de bronze no Pan 2015 nos 800m, a atleta tem até o dia 30 de junho para atingir a marca necessária para estar em Paris. Nesta data será encerrado o ranking e divulgada a lista dos atletas classificados para as Olimpíadas.

Mas a situação de Flávia vai além de qualquer disputa esportiva. A atleta convive com a pressão do pai da filha. Em desabafo em uma rede social, a velocista de 30 anos revelou como suas viagens de trabalho são utilizadas nos processos judiciais do ex em relação ao filho.

“Então, em todas as competições que eu participava, ele entrava com uma ação judicial tentando tirar a guarda da minha filha, tentando me desestabilizar. Também usando as Olimpíadas como forma de tentar tirar minha filha de mim. Como se fosse crime ter uma carreira, como se fosse crime uma mulher ter uma profissão, e se fosse crime uma mãe ter que viajar para trabalhar.”

Flávia Maria de Lima, representante do atletismo brasileiro

Mesmo com as pressões que vive atualmente, a atleta afirmou que está se divertindo justamente pela falta de contato com o ex. Recentemente, ela atingiu um marco em uma prova de atletismo que não participava desde 2015, ano anterior ao início dos abusos psicológicos cometidos pelo homem.

“Vim para a Europa assustado. Eu sei que é o medo de perder minha filha. O amor que tenho pela minha filha é imenso. Mas eu vim por nós dois. Porque não vim passear. Eu não vim para lazer. Vim pelo meu trabalho, pelo meu trabalho, em busca de coisas melhores para mim e para ela. E está acontecendo. […] Não desisti do sonho olímpico. Ir para as Olimpíadas vai mudar a minha vida e a da minha filha”, destacou Flávia Maria de Lima.

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Veja o desabafo de Flávia sobre a situação

Vou dar o meu testemunho do ano. Foi um ano com um início conturbado, com situações pessoais muito perturbadoras. Ano em que estou em processo de divórcio e, no início do ano, meu ex começou a seguir carreira na Justiça.

Então, em todas as competições que eu participava, ele entrava com uma ação judicial tentando ficar com a guarda da minha filha, tentando me desestabilizar. Também usando as Olimpíadas como forma de tentar tirar minha filha de mim. Como se fosse crime ter uma carreira, como se fosse crime uma mulher ter uma profissão, e se fosse crime uma mãe ter que viajar para trabalhar.

É triste saber que existem pessoas assim que são incapazes de aceitar o sucesso dos outros e aceitar o fim do relacionamento a ponto de prejudicar outra pessoa, a ponto de não querer vê-la renascer na vida. Mas, de qualquer forma, graças a Deus essa pessoa saiu da minha vida. Pude ver onde eu estava e agradeço todos os dias por Deus ter tirado da minha vida esse ser que não pode ser chamado de ser humano. Pessoas que destroem vidas não são seres humanos. Chamamos isso de outras coisas. Mas quero agradecer a Deus por cada porta aberta, cada oportunidade que ele me deu.

Desisti de muitas competições no Brasil, claro, para não ficar longe da minha filha, e para não ter mais protocolos no processo judicial contra a minha carreira. E não desisti do sonho olímpico. Ir às Olimpíadas vai mudar a minha vida e a da minha filha. Para nós dois, procuro algo que não consegui na minha carreira porque alguém estava me atrasando.

Agora que tenho liberdade de escolha, livre arbítrio, posso viver minha carreira com leveza, sem carregar os fardos e pesos que foram colocados sobre mim, sem ser humilhado e sem ser diminuído. Eu sei o quanto sou ótimo. Pessoal, vim para a Europa assustado. Eu sei que é o medo de perder minha filha. O amor que tenho pela minha filha é imenso. Mas eu vim por nós dois. Porque não vim passear. Eu não vim para lazer. Vim pelo meu trabalho, pelo meu trabalho, em busca de coisas melhores para mim e para ela. E está acontecendo.

Fiquei sem estrutura nenhuma, treinando sem condições, treinei na rua. Também tive uma lesão e, por conta disso, desisti de algumas competições. E voltei muito tranquilo, com o coração muito aberto para Deus porque sabia que grandes coisas iriam acontecer e ele estava ministrando da maneira certa.

Deixei fluir: meu caminho, meu dia, tudo. E galera, chegando na Europa, o treino, o grupo, cada competição: me senti livre, sem peso, leve. Só eu, Deus, minha filha e todos aqueles que estão verdadeiramente comigo.

Veja o comunicado completo aqui!

A notícia Pan Medalhista teme perder a custódia da filha devido a uma possível ida às Olimpíadas foi publicada pela primeira vez no No Attack by No Attack.





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