Mauro Cezar Pereira destacou a superioridade numérica da torcida do Racing em relação ao Cruzeiro na final da Copa Sul-Americana, no último sábado (23/11), em Assunção. A proporção de ‘cinco corredores para cada Cruzeiro’ nas arquibancadas do estádio Nueva Olla, segundo o jornalista, põe em dúvida a máxima de que o Brasil é o país do futebol.
“Os argentinos foram 33.506, os brasileiros 6.708, de outras nacionalidades 649. Isso significa, na prática, uma proporção de cinco hinchas de corrida para cada Cruzeiro. E estamos falando de dois clubes com grandes torcedores em seus respectivos países”, começou Mauro, em coluna publicada no Uol Esportenesta segunda-feira (25/11).
“Nos dias que antecederam o Racing 3 x 1 Cruzeiro, tinha torcedor vendendo carro para ir ao Paraguai, pedindo dinheiro emprestado e teve até gente que foi a pé e pegou carona. Tudo isso foi registrado nas redes sociais e pela imprensa do país, que se cansou de entrevistar esses personagens”, acrescentou.
“Algo que independe das condições econômicas, afinal é de conhecimento geral que há mais brasileiros do que argentinos com poder aquisitivo para custear essas viagens. Os irmãos claramente se esforçam mais e se esforçam para estar presentes ao lado de suas equipes”, disse Mauro.
“Na verdade, os argentinos parecem claramente amar mais as suas seleções, incondicionalmente, a ponto de fazerem tudo o que podem para apoiá-las. No meio disso tudo, fica a dúvida: por que ainda há quem insista em se referir ao Brasil como um ‘país do futebol’?”, questionou.
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Outros exemplos de paixão argentina
Ao longo do texto, Mauro também citou os torcedores são-paulinos e palmeirenses para comparar a paixão de brasileiros e argentinos pelo futebol.
“Na decisão do Sul-Americano [de 2019]O Colón, hoje na segunda divisão argentina, levou cerca de 40 mil hinchas para Assunção. O Independiente Del Valle foi campeão, mas o clube Santa Fé chamou a atenção de todos com aquela imensa presença humana”, destacou.
“Em 2022, o São Paulo, com a terceira maior torcida do Brasil, também esteve longe de ocupar seu espaço no estádio de Córdoba, onde foi disputada mais uma final do “Sula”. O título, novamente, ficou com o Independiente Del Valle, que tem poucos torcedores no Equador.”
“Na semifinal da Copa Sul-Americana, o Lanús, clube de bairro ao sul da capital argentina, arrastou 4 mil pessoas para Belo Horizonte na luta contra o Cruzeiro. E casos como este não são raros. Em geral, os times dos países vizinhos levam mais pessoas aos jogos no exterior”,
“Na final da Libertadores de 2021 [contra o Flamengo]O Palmeiras, que tem a quarta maior torcida do país, não lotou seu setor no estádio Centenário. Dos 13 mil ingressos disponibilizados aos alviverdes de Montevidéu, foram vendidos cerca de 7 mil”, finalizou.
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