Os jornalistas Breiller Pires e André Kfouri, da ESPN, compararam a situação atual do goleiro Everson com o passado de Cássio, agora no Cruzeiro, no Corinthians.
“O que está acontecendo com o Everson é muito parecido com o que aconteceu com o Cássio no Corinthians. Um momento ruim para toda a equipe, esse desgaste continua e a equipe não consegue estancar essa ferida”, disse Pires, durante o programa Linha de Passe.
Apesar desta semelhança, André Kfouri destacou que as atitudes internas das duas equipas eram diferentes.
“Ao contrário do que aconteceu com o Cássio, seu treinador (Milito) saiu minutos depois e o defendeu para deixar claro como ele pensa e como as decisões serão tomadas. O pessoal do Corinthians abriu as portas para a saída do Cássio”, afirmou.
Pires entende que os ataques contra Everson são desproporcionais.
“É o mínimo que se espera de um treinador que vê seu goleiro sofrer ataques desproporcionais. A crítica é válida: ‘Éverson poderia pegar essa bola, falta um pouco mais’. Isso é normal, mas falar que o cara é um péssimo goleiro?”, questionou.
“Muita gente vai entender isso e dizer que ele está se fazendo de vítima. Essa pressão que o Everson está sofrendo nem é tanto do estádio, é mais das redes sociais”, acrescentou Pires.
Everson se emociona
O goleiro Everson não conteve as lágrimas na Arena MRV após o empate em 1 a 1 com o Fortaleza, neste domingo (23/6), pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. Em entrevista na zona mista, ele desabafou contra as críticas da torcida e revelou que tem jogado frequentemente “no sacrifício”, pois sente fortes dores devido aos dedos deslocados.
“Ninguém sabe o sacrifício que fiz para jogar hoje. Difícil como o inferno. Cheio de dor. Mas se tiver que suportar dor para jogar, jogarei. Por mais que não agrade alguns fãs (…). Ano passado passei por isso, mas acabei sendo um dos melhores goleiros da competição. Talvez por isso seja cobrado, por jogar muito tempo em alto nível.”
Após as declarações, Everson destacou que está com a “consciência tranquila” porque se dedica ao máximo em favor do Galo. O goleiro teve noite difícil na última quinta-feira (20/6), ao sofrer quatro gols na derrota por 4 a 2 para o Vitória, no Barradão, em Salvador, pela 10ª rodada do Brasileirão.
“Alguns gols são difíceis de sofrer. Quando cometo um erro, assumo a responsabilidade. Momento difícil, a mente muda. Estou com a consciência tranquila, porque estou fazendo o meu trabalho e dando o meu melhor para ajudar o clube. Enquanto eu tiver forças para fazer minha parte nas contribuições, continuarei.”
O goleiro garantiu que não vai “largar o bastão”, apesar de respeitar qualquer mudança. O técnico Gabriel Milito já garantiu que Everson é o ‘titular indiscutível’ e segue no time.
“Se por acaso o treinador e a diretoria acharem que não estou mais ajudando, certamente serão responsáveis por me afastar. Mas não sou de largar o bastão. Sou muito trabalhador, trabalho muito e durante a semana o professor vai escolher quem for o melhor.”
“Não é desculpa, é um desabafo. Eu sei que quem gosta do meu trabalho não queria me ver chorando. Mas siga em frente. Quarta-feira tem mais um jogo, vamos trabalhar para dar a volta por cima, mesmo com todas as adversidades”, finalizou o goleiro, que hoje chegou ao número 247 do jogo com a camisa atleticana.
No clube desde setembro de 2020, Everson soma sete títulos: um Campeonato Brasileiro (2021), uma Copa do Brasil (2021), uma Supercopa do Brasil (2022) e quatro Campeonatos Mineiros (2021, 2022, 2023 e 2024).
A notícia que os jornalistas comparam o momento de Everson com o passado do atleta do Cruzeiro foi publicada pela primeira vez no No Attack by No Attack.
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