Na noite de quinta-feira (7/11), o técnico Luis Zubeldía, do São Paulo, se irritou com a arbitragem na derrota por 2 a 1 para o Atlético, pelo Campeonato Brasileiro, e concedeu polêmica coletiva de imprensa. Irritado, o argentino reclamava constantemente dos gols sofridos pelo Tricolor. Além disso, entrou em conflito com alguns jornalistas, entre eles Léo Lepri, da TV Globo.
No diálogo entre os dois, o comandante são-paulino perguntou ao repórter o que ele achava dos movimentos polêmicos e se irritou com a resposta que recebeu.
- Entenda melhor a discussão: Zubeldía conversa com repórter da Globo sobre gol de Paulinho
Nesta sexta-feira (12), por meio do X, antigo Twitter, Léo Lepri falou sobre o ocorrido na sala de imprensa da Arena MRV.
“Entendo os motivos de Zubeldía. A reclamação é procedente. Abri as perguntas oferecendo a oportunidade de mencionar os movimentos específicos que o fizeram se sentir prejudicado. E o que se segue é de caráter pessoal, não da empresa onde trabalho”, iniciou o jornalista.
“Deve ficar claro, como falei no final da pergunta, que não é papel do repórter comentar. É para isso que servem os comentaristas e a mídia partidária. O interesse ali, naquele momento, era dar voz às reclamações do técnico são-paulino e só dele”, continuou.
São Paulo derrotado pelo Atlético com lance polêmico
Luis Zubeldía ficou muito irritado com a arbitragem na derrota do time por 2 a 1 para o Atlético, nesta quinta-feira (7/11), pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro. O argentino saiu do campo da Arena MRV gritando e desabafou na coletiva de imprensa.
Zubeldía mencionou alguns movimentos específicos. Para ele, a bola bateu na mão de Paulinho no segundo gol do Galo, Hulk poderia ter sido expulso com segundo cartão amarelo, entre outros.
“Por que sou ruim? Por injustiça do VAR que não viu a mão. Pela injustiça do árbitro que inventou uma falta lateral sabendo que Hulk jogou bem naquela posição. Essas coisas me irritam muito, porque são manuais. Outra coisa, Hulk comete falta para amarelo e o árbitro deixa passar. E assim posso lembrar de muito mais (coisas)”, disse.
O São Paulo também jogou com um a menos desde os 13 minutos do segundo tempo. Apesar de não mencionar diretamente a jogada, Zubeldía lamentou a arbitragem de Marcelo de Lima Henrique.
“O jogo foi um bom espetáculo, o time jogou bem. Não tenho nada a dizer dos meus jogadores, mas foi uma injustiça total e não pode mais ser feito, porque queremos que o futebol seja o principal, e hoje a figura foi o árbitro. Estou de parabéns”, afirmou.
Com a derrota, o São Paulo caiu para a quinta colocação do Campeonato Brasileiro, com 27 pontos. A próxima partida do time será contra o Grêmio, quarta-feira, às 20h, no Morumbis.
Confira abaixo a nota de Léo Lepri:
Sobre a coletiva de imprensa de ontem: entendo os motivos de Zubeldía. A reclamação é procedente. Abri as perguntas oferecendo a oportunidade de mencionar QUAIS foram os movimentos ESPECÍFICOS que o fizeram se sentir prejudicado. E o que se segue é de natureza pessoal, não da empresa onde trabalho.
A dúvida era ele comentar também uma possível falta de Hulk sobre Luciano antes do lance que deu origem ao primeiro gol do Atlético-MG. Ele deveria dar sua própria versão. De onde estava, junto ao banco, vi os protestos imediatos dos jogadores e do treinador. Até abri o microfone e informei isso DURANTE A TRANSMISSÃO (pois também mencionei uma reclamação de penalidade do Calleri).
A pergunta deu a Zubeldía a possibilidade de esclarecer esse lance, pois muitos ainda imaginavam que a bronca do técnico no final do jogo, ao dar um soco na bandeira, se devia EXCLUSIVAMENTE ao segundo gol do Atlético-MG. Agora, para pequenos detalhes técnicos que não seriam possíveis de explicar, mas talvez sejam necessários.
Deve ficar claro, como disse no final da pergunta, que não é função do repórter comentar. É para isso que servem os comentaristas e a mídia partidária. O interesse ali, naquele momento, era dar voz às reclamações do técnico são-paulino e somente dele.
Outro ponto fundamental: o repórter participante da transmissão NÃO TEM feedback de vídeo. Nenhum, zero. Ele vê a jogada uma vez, quando ela acontece, e apenas ouve o áudio do narrador, comentaristas e equipe, relatando o que viu e/ou ouviu na beira do campo.
Assim que termina a partida – caso o mesmo repórter seja o responsável pelo VT do jogo para os jornais do dia seguinte – inicia-se uma série de tarefas: pós-entrevistas, gravação da passagem, zona mista, devolução dos equipamentos de transmissão e, por fim , o coletivo dos treinadores.
Zubeldía não tem motivos para saber disso, claro, mas é uma sequência de tarefas que consomem, além de tempo, concentração, pois envolve escrita criativa e esforço de câmera antes do apagamento das luzes do estádio, por exemplo.
Durante este conjunto de atividades – preste atenção ao verbo – não REVISE em vídeo ou monitor, como disse Zubeldía – a peça. Muito menos através das redes sociais. Enquanto os treinadores e alguns jogadores já estavam nos vestiários, continuei ocupado com meu fluxo natural e trabalho atual.
Evidentemente, ele sabia que o movimento era polêmico e, pelo que vira até então, inconclusivo. Cheguei à conferência de imprensa alguns minutos antes do treinador. Ele estava munido de tudo o que foi feito durante a transmissão e também do veredicto do VAR (que acabou validando a jogada). E com o rigor jornalístico dos factos, não decorreram quarenta minutos entre o final do jogo e o início da entrevista como sugerido.
Existe um protocolo da CBF para o início das coletivas de imprensa, sempre com o visitante em primeiro lugar. O jogo terminou às 23h29. A coletiva de imprensa começou às 23h55.
A notícia que jornalista se pronuncia após discussão com o técnico do São Paulo em entrevista coletiva foi publicada pela primeira vez no No Attack da Redação Jogada10.
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