Depois de dia mais quente da Olimpíada, calorão em…

Uma análise publicada pela iniciativa científica World Weather Attribution nesta quarta-feira, 31, mostra que as mudanças climáticas aumentaram as temperaturas de julho em Paris e na região mais ampla do Mediterrâneo entre 2,5°C e 3,3°C. Terça-feira foi o dia mais quente das Olimpíadas de Paris, com 36°C em alguns pontos da cidade, um grande problema para os atletas que competem em arenas ao ar livre.

“Se a atmosfera não tivesse sido sobrecarregada com emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis, Paris teria sido cerca de 3°C mais fria e muito mais segura para o desporto”, disse Friederike Otto, investigadora do Imperial College London, num comunicado da iniciativa. . “No entanto, muitas pessoas em todo o Mediterrâneo não podem se dar ao luxo de bolsas de gelo, ar condicionado ou pausas para resfriamento no trabalho. Para essas pessoas, o calor extremo pode significar a morte.”

As temperaturas permanecerão acima da média em Paris durante o resto da semana e quarta-feira a previsão é de máxima de 32°C. Vai ficar mais frio ao longo da semana, aproximando-se das temperaturas normais de julho, de cerca de 26°C no fim de semana.

A agência meteorológica nacional de França descreveu as ondas de calor como “cada vez mais intensas, frequentes, mais precoces e mais duradouras” no contexto das alterações climáticas. Antes de 1989, estas altas temperaturas eram observadas em média uma vez a cada cinco anos e, desde 2000, têm-se repetido todos os anos. A tendência deve continuar a aumentar.

Em Roland Garros, onde os tenistas competiram em quadras abertas, os organizadores ativaram a primeira etapa de um protocolo de “clima extremo”, dando aos atletas em partidas individuais a oportunidade de solicitar um pequeno intervalo de 10 minutos antes do terceiro set. O próximo passo, que não foi dado, seria suspender o jogo.

A canadense Leylah Fernandez, vice-campeã do US Open de 2021, destacou o “calor louco” após ser eliminada pela alemã Angelique Kerber.

“Treinei na Espanha e também em Miami, onde faz calor”, disse ela. “Mas às vezes, quando você está em uma partida, o ambiente é totalmente diferente. E no calor você sente todas as suas emoções. Não consegui administrar bem.”

Na arena de vôlei de praia, instalada em área aberta em frente à Torre Eiffel, voluntários usaram mangueiras para borrifar água nos torcedores, que não tinham sombra. Os jogadores emergiram da areia escaldante para pausas extras para colocar sacos de gelo na cabeça e nos ombros.