Marcos Guedes – O VAR (árbitro assistente de vídeo) continuará sendo utilizado no Campeonato Inglês. A proposta de abolir o uso da ferramenta não teve os votos necessários para alterar o regulamento.
O assunto foi discutido nesta quinta-feira (8/6), na assembleia geral anual da Premier League, que organiza a competição. Foi necessário chegar a 14 votos entre os 20 clubes membros da liga, porém, segundo a imprensa britânica, apenas um apoiou o regresso ao modelo tradicional – o Wolverhampton –, sem intervir no andamento do jogo com base nas imagens.
O simples fato, porém, de uma votação sobre o tema ter ocorrido no principal evento nacional do mundo mostra que, cinco anos após a adoção, a tecnologia continua a ser questionada.
Seis pontos de atenção
Em nota, a Premier League afirmou que o VAR produziu decisões mais precisas, mas anunciou seis pontos de atenção:
- Manter um limite alto para intervenção do VAR para proporcionar maior consistência e menos interrupções no fluxo do jogo
- Reduzir os atrasos nos jogos, principalmente através da introdução de tecnologia de impedimento semiautomática
- Melhorar a experiência dos torcedores por meio de atrasos reduzidos, anúncios dos árbitros no estádio e, sempre que possível, uma oferta aprimorada de replays nos telões
- Implementar treinamento VAR mais robusto para melhorar a consistência, com ênfase na velocidade do processo (mantendo a precisão)
- Aumente a transparência e a comunicação em torno do VAR
- Produzir uma campanha que busque esclarecer ainda mais o papel do VAR no jogo.
A ideia de abolir o VAR veio do Wolverhampton
No caso inglês, a proposta de acabar com o VAR partiu do Wolverhampton, que terminou o campeonato na 14ª colocação e se sentiu prejudicado em diversas ocasiões. Na petição, a associação destacou que a tecnologia levou a “numerosas consequências indesejadas que estão prejudicando a relação entre os torcedores e o futebol”.
Os torcedores do clube aplaudiram. O grupo Wolves 1877 Supporters Trust publicou um texto em que se manifestava “incrivelmente satisfeito” com o pedido. “O VAR tirou a alegria do jogo que conhecemos e amamos e ofereceu muito poucos benefícios”, observou.
Os torcedores de um time muito maior, o Manchester United, têm a mesma opinião. O Must (Manchester United Supporters Trust) realizou uma pesquisa entre os membros da torcida, com mais de 16 mil respostas, e menos de 1% foram a favor da manutenção do VAR na sua forma atual. Mais da metade (50,6%) afirmou não querer mais o vídeoárbitro em hipótese alguma, mesmo que ele tenha melhorado significativamente.
Principais reclamações sobre o VAR na Premier League
Na Inglaterra, uma das principais reclamações é a demora na tomada de decisões. O VAR inglês tem pouco mais de um minuto perdido por partida, em média.
Há também uma questão na Premier League que é o oposto daquela frequentemente registrada no Brasil: o assistente de vídeo britânico interfere pouco. Uma comissão independente contratada pela liga identificou 25 situações em que o VAR deveria ter atuado, mas não o fez. Ele também anotou 107 avaliações corretas e 6 ocasiões em que a alteração da decisão de campo se mostrou um erro.
Independentemente desses números, ordenados pela própria organização da competição, a insatisfação atingiu atletas e treinadores importantes, como Mikel Arteta, do Arsenal, e Ange Postecoglou, do Tottenham.
O técnico Jürgen Klopp, que acaba de se despedir do Liverpool, chegou a pedir a repetição do duelo com o Tottenham, partida em que um gol de Luis Díaz foi erroneamente anulado por impedimento. O alemão chegou a dizer que, se pudesse, votaria pelo fim do uso do VAR. “Não acredito que o VAR em si seja o problema, mas a forma como eles o utilizam é”, disse ele durante a temporada.
O Nottingham Forest foi mais longe no confronto com o Luton Town e apontou “três decisões extremamente más”. “Alertamos o PGMOL [a comissão de arbitragem] antes do jogo que o VAR era torcedor do Luton, mas não mudou a escalação. Nossa paciência foi testada várias vezes.”
Liga apoia VAR
A Premier League manifestou “total apoio” ao vídeoárbitro e conseguiu mantê-lo. Porém, não há dúvida de que há uma onda de questionamentos, não só no Reino Unido, e até houve a formação de comunidades para acompanhar o Campeonato Sueco – tecnicamente frágil, mas disputado à moda antiga.
“O VAR acabou com a gritaria de gol, só isso”, resmungou ao Folha O secretário do Corinthians, Uéslei Silva Júnior, 38 anos, frequentador do estádio de Itaquera. “O torcedor do Corinthians tem aquela coisa de não gritar gol antes, porque é maluco. Isso mesmo, você realmente não pode. Mas agora não podemos gritar nem mais tarde. O gol vem, você não sabe se valeu a pena”, completou com raiva.
A notícia que clubes da Premier League tomam decisão de abolir o VAR foi publicada pela primeira vez no No Attack da Folhapress.
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