Igor Siqueira e Rodrigo Mattos – Dez anos depois da partida que marcou a abertura da Copa do Mundo de 2014, o Brasil ainda não pagou a conta da realização da sua segunda Copa do Mundo. A reportagem apurou que 9 dos 12 estádios construídos ou reformados para o torneio ainda devem dinheiro ao BNDES, responsável pelo financiamento das obras.
Apenas um estádio foi efetivamente pago
Para garantir que o país teria condições de sediar o torneio, o governo federal criou uma linha especial de crédito. A ProCopa Arenas destinou R$ 4,145 bilhões para 11 projetos. A reforma do Mané Garrincha, em Brasília, foi a única que não utilizou esse dinheiro – o governo do Distrito Federal pagou.
Entre essas 11 arenas, apenas uma já pagou integralmente a conta: o Mineirão, em Belo Horizonte. O repasse foi de R$ 400 milhões.
O segundo estádio quitado para o BNDES pode surpreender: o banco considera que a Neo Química Arena do Corinthians está quitada. Mas esse status precisa de um asterisco, já que a dívida com o BNDES foi paga com transferência da Caixa Econômica Federal. Na prática, essa dívida que começou em R$ 400 milhões ainda existe, apenas mudou de credores.
Não há valor da dívida
O BNDES não divulgou o total ainda em aberto na ProCopa Arenas, alegando sigilo bancário. Ele apenas confirmou que os demais estádios têm valores pendentes de pagamento.
Para tentar saber o valor total, a reportagem procurou os governos estaduais. E quatro deles (Rio de Janeiro, Ceará, Bahia e Paraná) confirmaram o valor exato do saldo a ser pago, até o final de abril.
Os financiamentos para Maracanã, Castelão, Arena Fonte Nova e Ligga Arena foram de R$ 1,2 bilhão. E os quatro estados já quitaram R$ 893,7 milhões. Ou seja, o valor em aberto, no total, é de R$ 312,4 milhões.
As Secretarias da Fazenda de Mato Grosso, Amazonas e Pernambuco não responderam aos questionamentos.
No caso do Beira-Rio e da Arena das Dunas, o financiamento do BNDES foi concedido a entidades privadas, administradoras de estádios, que optaram por não revelar o andamento das parcelas.
Como foi desenhado o parcelamento
Vale ressaltar que o fato dos estádios ainda estarem endividados não significa que haja atrasos nos pagamentos. Os empréstimos foram concedidos entre 2010 e 2012, e cada beneficiário negociou termos individuais com o BNDES.
O parcelamento foi prorrogado devido a uma lei criada durante a pandemia que permitiu pausar pagamentos e negociar novos prazos para pagamento integral.
No Paraná, por exemplo, o estado deverá pagar a dívida principal em 156 parcelas mensais e sucessivas, com vencimento da primeira em 15 de dezembro de 2014 e liquidação do contrato em 15 de novembro de 2027. Mas, segundo a Secretaria da Fazenda do Estado, “ foi acordado que a nova data final dos pagamentos seria 16 de novembro de 2028”.
O financiamento do Castelão tinha data de término do contrato inicial em 15 de agosto de 2020. A Fazenda informou que “o prazo final para amortização foi prorrogado até 15 de dezembro de 2026 e será pago normalmente”.
No Rio, a operação de R$ 400 milhões do Maracanã estava prevista para ser liquidada em 15 de agosto de 2027. Mas “o contrato teve seu prazo inicial prorrogado por um ano, em 2020”, segundo a Secretaria da Fazenda.
“Como o Rio está em Regime de Recuperação Fiscal (RRF), a operação tem sido paga pela União e o estado paga ao governo federal de acordo com as regras do RRF”, acrescentou o órgão.
Na Bahia, o prazo de pagamento é 15 de dezembro de 2027. “As parcelas de amortização têm sido pagas regularmente pelo estado, que nunca entrou em inadimplência”, segundo a Secretaria da Fazenda.
ProCopa Arenas (Projeto/beneficiário) – UF – Valor desembolsado – Valor pendente de pagamento – Situação da operação
- Maracanã (Estado do Rio de Janeiro) – RJ – 400,00 – 114,4 – Ativo
- Castelão (CE) – CE – 351,50 – 78,3 – Ativo
- Fonte Nova (BA) – BA – 323,60 – 72,3 – Ativa
- Arena da Baixada (PR) – PR – 131,10 – 47,4 – Ativo
- Arena Pantanal (MT) – MT – 393,00 – Não informado – Ativo
- Arena Pernambuco (PE) – PE – 394,00 – Não informado – Ativo
- Arena da Amazônia (AM) – AM – 400h00 – Não informado – Ativo
- Complexo Beira-Rio (SPE Holding Beira-Rio S/A) – RS – 275.10 – Não informado – Ativo
- Arena das Dunas (Arena das Dunas Concessão e Eventos S/A) – RN – 397,00 – Não informado – Ativo
- Mineirão (Minas Arena – administração de instalações esportivas S/A) – MG – 400,00 – – – Liquidado
- Arena São Paulo – transferência via Caixa (Arena Itaquera S/A) – SP – 400,00 – – – Liquidado
A notícia Nove dos 12 estádios da Copa do Mundo de 2014 ainda não foram pagos; saiba quais foram publicados primeiro no No Attack da Folhapress.
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