Demitido do Cruzeiro, Fernando Diniz tem sua “geni…

Fernando Diniz não é mais técnico do que Cruzeiro. Conhecido por um estilo de jogo ofensivocom ênfase em posse de bolainfluencia os princípios de Pep Guardiolao fez acreditar que em algum momento poderia ser o espanhol. Sua filosofia de jogo até o faz se destacar entre os treinadores brasileiros, mas sua incapacidade de superar resultados negativos também gerou instabilidade em momentos importantes. Sua carreira demonstra um treinador resiliente, capaz de conquistar títulos importantes, mas também de sucumbir a períodos de pressão e questionamentos sobre seu trabalho.

A saída do Cruzeiro é emblemático. Diniz treinou o clube mineiro por aproximadamente quatro meses, de setembro do ano passado até esta segunda-feira, 27. Durante sua gestão, comandou 20 partidas, sendo uma delas 35% de utilizaçãocom apenas quatro vitórias, nove empates e sete derrotas. A demissão ocorreu após uma série de maus resultados no Campeonato Mineiroincluindo o empate em 1 a 1 com o Betim Futebol, considerado o “gota d’água” para o conselho.

Os números e atuações, além do comportamento discutível na beira do campo, fizeram com que o “gênio” de Diniz fosse desafiado —mais uma vez. Em sua carreira como treinador, teve muitas oportunidades de se mostrar um sopro de novidade e inovação, mas sucumbiu à vaidade e à arrogância, descontando suas frustrações principalmente nos jogadores que tentaram ajudá-lo a conquistar seu espaço. No Cruzeiro não foi diferente. Quem deverá assumir o cargo é Renato Gaúcho.

Diniz iniciou sua trajetória como treinador em pequenos times de futebol paulistas, passando por clubes como Paulista, Botafogo-SP, Audax, Guaratinguetá e Oeste. Seu primeiro grande destaque veio em 2016, no Osasco Audax, quando levou o clube à final do Campeonato Paulista, surpreendendo gigantes como São Paulo e Corinthians. Após ascender aos maiores clubes, sua carreira sofreu altos e baixos.

Principais clubes e desafios

São Paulo (2019-2021)
No São Paulo, Diniz inicialmente teve um bom desempenho, chegando ao vice-campeonato do Campeonato Brasileiro em 2020. Porém, enfrentou problemas de oscilação que resultaram em sua demissão no início de 2021.

Fluminense (2022-2024)
Sua passagem pelo Fluminense foi marcada por momentos de glória e turbulência. Conquistou a Libertadores em 2023, título inédito para o clube. Em 2024, passou por uma sequência difícil, com a equipe chegando à zona de rebaixamento. Ele foi alvo de protestos da torcida e chegou a ser expulso em jogo contra o Flamengo.

Seleção Brasileira (2023)
Curiosamente, ele foi técnico interino da Seleção Brasileira enquanto ainda comandava o Fluminense, situação inusitada. Seu desempenho foi considerado insatisfatório, com apenas 38,8% de aproveitamento.