Futebol brasileiro sofre com inflação do mercado: ‘Bolha vai estourar’

Futebol brasileiro sofre com inflação do mercado: ‘Bolha vai estourar’


Rodrigo Almonacid – “Estamos com medo, mas temos que montar um time”, afirma o presidente do Fluminense. Assim como outros dirigentes e treinadores do futebol brasileiro, Mário Bittencourt enfrenta diariamente preços “assustadores” para contratar reforços.

Os jogadores pedem salários exorbitantes e seus passes custam muito mais do que há algumas temporadas, disse o técnico do time tricolor nesta sexta-feira, em entrevista coletiva.

“Desde que cheguei aqui, como presidente [em junho de 2019]um jogador que tinha salário de 400 ou 450 mil reais, hoje custa R$ 900 mil. Dobrou”, diz Bittencourt.

“Temos meio-campistas e zagueiros ganhando milhões, mais de um milhão de reais, imagine o quanto os atacantes não querem”, diz o diretor. “Os números são assustadores. Não é fácil.”

Apesar das dificuldades e de ter feito uma péssima campanha em 2024, o que significou rendimentos menores, o Fluminense contratou o jogador da seleção uruguaia Agustín Canobbio por seis milhões de euros (cerca de R$ 37,7 milhões na cotação atual) em uma das contratações mais caras de sua história .

Num exemplo de distorção de valores, problema que atinge também o futebol europeu, dias antes o Palmeiras recebeu uma proposta de pagamento de 18 milhões de euros (cerca de R$ 113 milhões) pela transferência do atacante uruguaio de 26 anos, que jogava pelo rebaixado Athletico-PR.

“O Palmeiras vende caro e terá que comprar caro”, explicou o técnico do ‘Verdão’, o português Abel Ferreira, há uma semana, ao revelar o valor do negócio que não foi concretizado.

A ‘bolha vai estourar’

A diretoria do Fluminense não é a única voz a alertar sobre a inflação no mercado de transferências neste início de temporada na liga mais poderosa da América do Sul.

A subida dos preços, segundo os especialistas, deve-se à entrada de novo capital em algumas equipas (sob a fórmula das Sociedades Anónimas de Futebol, as SAFs), a administrações irresponsáveis ​​e ao patrocínio de casas de apostas, superior ao de outros patrocinadores.

“A entrada de investimentos da SAF também inflou, porque é dinheiro de fora e isso não representou um aumento na receita dos clubes, mas sim um aporte”, disse Marcelo Paz, diretor executivo do Fortaleza, ao portal UOL.

“Essa bolha vai estourar em algum momento e não há dúvida disso. Os clubes que quiserem continuar organizados terão dificuldade de competitividade, porque competirão com aqueles que inflacionaram e que terão melhor desempenho desportivo no curto prazo”, acrescentou.

Os vinte clubes do Brasileirão gastaram US$ 330 milhões pelo câmbio atual (cerca de R$ 2 bilhões) em reforços em 2024, valor recorde e inatingível para seus pares sul-americanos, segundo medição do portal Globo Esporte.

O Botafogo, SAF do polêmico magnata americano John Textor, investiu 70 milhões (R$ 423 milhões) em jogadores, incluindo estrelas em ascensão como Luiz Henrique e o argentino Thiago Almada. Com eles, o time alvinegro carioca conquistou o Brasileirão e sua primeira Copa Libertadores.

Na briga pela permanência na primeira divisão, o Corinthians destinou quase 30 milhões (R$ 181 milhões) em contratações, apesar de ser o time mais endividado do país, com passivo estimado em 428 milhões de dólares (R$ 2,58 bilhões).

“Todos os dias há notícias de que há uma conta bloqueada, que há um problema com o patrocinador e que estão contratando jogadores da seleção” com salários milionários, como o holandês Memphis Depay, questionou Cristiano Dresch, presidente do rebaixado Cuiabá, em outubro. “Isso é ridículo, tem que parar.”

‘Jogo limpo’ financeiro?

Como medida de choque contra valores elevados e para evitar potenciais crises económicas para as instituições, vários administradores solicitaram a implementação de um ‘fair play’ financeiro. “É a única solução que temos no médio prazo”, afirmou o presidente do Fluminense.

Mas a ideia – que limita as despesas de acordo com as receitas – não satisfaz a todos. “Os clubes de cima poderão gastar muito dinheiro, mas os de baixo não”, disse o dono da SAF do Botafogo ao Globo Esporte em julho.

“Se quisermos paridade, precisamos de um teto salarial”, como o da NBA, acrescentou Textor. A ideia, por enquanto, tem pouco eco.

Os preços elevados obrigaram alguns clubes a procurar jogadores mais baratos em torneios vizinhos e a reforçar as suas equipas juvenis. Outros aproveitaram a inflação para lucrar com suas joias.

O Palmeiras vendeu recentemente o zagueiro Vitor Reis, de 19 anos, ao Manchester City por 35 milhões de euros (cerca de R$ 220 milhões na cotação atual), segundo a imprensa inglesa. Semanas antes, o time paulista havia pago valor semelhante pelos atacantes Paulinho, do Atlético, e pelo uruguaio Facundo Torres, que estava no Orlando City, dos Estados Unidos.



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