Foto de família dos líderes tirada na 16ª Cúpula do BRICS em Kazan, Rússia, em 24 de outubro de 2024.
Anadolú | Anadolú | Imagens Getty
O presidente eleito, Donald Trump, prometeu uma tarifa de 100% contra os países do BRICS se continuarem a minar o dólar americano – mas a ameaça não irá controlar a expansão do grupo, dizem analistas à CNBC.
Mais recentemente, o Brasil anunciou a admissão da Indonésia entrou no bloco como membro na última segunda-feira.
Sob a administração do presidente cessante Joe Biden, Washington tem sido relativamente desdenhoso da coligação de 10 membros, com o Conselheiro de Comunicações de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, a dizer durante uma conferência de imprensa em Outubro passado que os EUA não vêem os BRICS – uma coligação económica de mercados emergentes – como um “ameaça.” O sentimento poderá mudar assim que Trump entrar na Casa Branca no final deste mês, após as primeiras indicações de que ele poderá impor tarifas aos membros da aliança se estes subverterem o dólar americano.
“Uma mudança política fundamental com a próxima administração Trump é o seu tratamento explícito dos BRICS como uma entidade”, disse Mihaela Papa, diretora de pesquisa do Centro de Estudos Internacionais do MIT, à CNBC por e-mail.
China aliviará a dor tarifária
Originalmente estabelecidos pelo Brasil, Rússia, Índia e China em 2009, e depois acompanhados pela África do Sul em 2010, os BRICS liderados por Pequim foram criados como uma força para rivalizar com o domínio ocidental no cenário internacional.
A 16ª cimeira anual da aliança em Kazan viu o Egipto, a Etiópia, o Irão e os Emirados Árabes Unidos serem oficialmente admitidos no grupo. De acordo com autoridades russas e documento oficial do Comité Central do Partido Comunista Chinês, mais de 30 países manifestaram interesse em aderir à coligação em 2024. A CNBC não conseguiu verificar esta estimativa de forma independente.
A dimensão do bloco torna cada vez mais improvável que os EUA apliquem tarifas punitivas de 100% aos países BRICS, de acordo com Duncan Wrigley, economista-chefe para China+ da Pantheon Macroeconomics. Fazer isso correria o risco de tornar as nações neutras na rivalidade EUA-China em relação a Pequim e interferiria nos interesses dos EUA, disse Wrigley à CNBC por e-mail.
A segunda maior economia do mundo poderia até intervir para aliviar a dor de quaisquer potenciais medidas comerciais dos EUA contra os membros do BRICS, de acordo com David Lubin, investigador sénior da Chatham House.
“Do ponto de vista de Pequim, estabelecer a China como um pilar alternativo da ordem global é um objectivo extremamente importante e não pode ser alcançado sem o apoio do mundo em desenvolvimento”, disse Lubin em comentários por e-mail. “E como cerca de 120 países consideram a China o seu principal parceiro comercial, isto não deverá ser muito difícil.”
A China já está a começar a fazer isso, apresentando uma política de tarifa zero para os países menos desenvolvidos com laços diplomáticos com Pequim, que entrou em vigor em Dezembro do ano passado e se baseia em medidas semelhantes estendidas aos países africanos menos desenvolvidos.
O dólar é rei
A ameaça tarifária de Trump está condicionada ao destronamento do dólar americano pelos BRICS como a moeda comercial mais utilizada no mundo – o que poderá revelar-se uma tarefa difícil para a aliança.
A Rússia tem pressionado pela desdolarização numa tentativa de contornar a rede SWIFT, um padrão mundialmente reconhecido para transacções bancárias, e de reduzir o impacto das sanções dos EUA contra Moscovo. Nas conversações de Kazan, Vladimir Putin reiterou o uso do dólar como uma “arma” e um “grande erro”, relata o The Guardian.
Uma das opções do grupo para derrubar o dólar era criar uma moeda unificada dos BRICS – uma proposta liderada pelo Brasil, que ainda não ganhou força.
Outra possibilidade era estabelecer o comércio multimoedas, que já está a ocorrer entre vários membros: algum comércio chinês e russo está a ser feito através do yuan e do rublo. As nações também concordaram em continuar a reforçar o comércio através das moedas locais e manifestaram o seu apoio à ideia de uma infra-estrutura de liquidação transfronteiriça independente para pagamentos.
Lubin, da Chatham House, observa que a moeda chinesa é “muito menos utilizável internacionalmente do que os dólares”, dado que os mercados financeiros são em grande parte denominados em dólares.
Apenas uma ‘conversa’
A falta de uma estratégia aliada concreta e de acção por parte dos membros do BRICS levanta dúvidas sobre se será considerada uma ameaça para os EUA, com Wrigley, da Pantheon Macroeconomics, a dizer que a aliança dos mercados emergentes não é actualmente muito mais do que um “sala de discussão”.
O bloco ainda está demasiado solto e desorganizado para criar qualquer mudança substantiva, com a cimeira de Kazan de 2024 a resultar em “nada realmente concreto”, de acordo com Cecilia Malmström, investigadora sénior não residente do Peterson Institute for International Economics.
Isto poderia apenas isolar os membros dos BRICS e os países parceiros de uma guerra comercial com os EUA – que tem a China como um dos seus principais alvos.
Embora Pequim ocupe uma posição significativa no grupo, ainda há muita cautela interna entre os outros países membros sobre o domínio de Pequim e os potenciais desequilíbrios comerciais, de acordo com Papas do MIT.
“Mesmo que a China procure alavancar a sua posição, a cautela interna entre os membros continuará provavelmente a ser um factor limitante”, acrescenta ela.
Muitos membros do BRICS também ainda mantêm relações amistosas com os EUA como um “parceiro comercial crucial”, disse Gustavo Medeiros, chefe de pesquisa do Ashmore Group, à CNBC por e-mail.
“Não há razão para acreditar que os membros do bloco estariam automaticamente em risco económico ou geopolítico no caso de uma guerra comercial entre os EUA e a China”, afirma Medeiros.
Correção: Este artigo foi atualizado para refletir com precisão o nome de Mihaela Papa, diretora de pesquisa do Centro de Estudos Internacionais do MIT.
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