ONU intensifica resposta a necessidades de saúde na Síria

Esta segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde, OMS, entregou a primeira remessa emergencial do ano para a Síria.

O voo chegou ao Aeroporto Internacional de Damasco vindo do centro logístico da OMS em Dubai, entregando 32,5 toneladas de medicamentos e kits de emergência avaliados em 600 mil dólares.

Suprimentos médicos para 300 mil pessoas

A entrega dá continuidade a um total de 47 operações emergenciais semelhantes realizadas pela agência em 2024.

Os suprimentos médicos atenderão às necessidades imediatas de 300 mil pessoas e apoiarão mais de 9.300 consultas de trauma, fortalecendo a resposta de saúde na Síria.

No nordeste do país, equipas da ONU estão a realizar uma campanha de vacinação contra a cólera no complexo do campo de detenção de Al-Hol.

O surto de cólera foi detectado no início de Outubro e posteriormente confirmado por testes laboratoriais.

Vacinação contra cólera em Al-Hol

Como Al Hol não possui um centro de tratamento especializado para diarreia aquosa aguda, é crucial que o maior número de pessoas seja vacinado o mais rápido possível, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

O especialista em saúde e nutrição da agência disse ao UN News na sexta-feira que, apesar dos rumores de ataques de extremistas do grupo islâmico ISIL e da incerteza no país devastado pela guerra, foi possível chegar às pessoas e vaciná-las.

Khourchid Hasan reconheceu o papel da autoridade interina em Damasco para tornar possível o envio da vacina.

Ele disse que o esforço também contou com o apoio das autoridades locais do nordeste do país, que facilitaram a transferência para o centro de detenção, controlado pelas Forças Democráticas Sírias, apoiadas pelos curdos.

Proteção para 40 mil detidos

A campanha de vacinação liderada pela ONU procura proteger as quase 40 mil pessoas detidas em Al-Hol.

Durante anos, o local foi ocupado por sírios, iraquianos e pessoas de outras nacionalidades, impactados pela longa guerra civil do país, que culminou com a deposição do presidente Bashar al-Assad no final de novembro passado.

Entre os detidos estão centenas de familiares de alegados combatentes terroristas do EIIL e de outros grupos.

Apoio às pessoas deslocadas

A Organização Internacional para as Migrações, OIM, disse que os 14 anos de conflito criaram uma situação humanitária grave, com muitas pessoas ainda deslocadas enquanto o país tenta reconstruir.

Os sírios que fugiram dos bombardeamentos apenas com as roupas que vestiam e que se deslocaram de cidade em cidade para escapar aos confrontos estão agora em campos improvisados.

Mais de 1.500 destes locais situam-se no noroeste, onde os serviços básicos são limitados e faltam alimentos e saneamento.

A OIM está a trabalhar nestes campos para oferecer serviços e materiais essenciais, como cobertores e kits de higiene. Os deslocados pedem mais apoio alimentar e assistência monetária para cobrir despesas médicas.