A classificação do Atlético à final da Copa Libertadores foi marcada por adversidades fora de campo. Antes da semifinal contra o River Plate, nesta terça-feira (29/10), em Buenos Aires, a delegação alvinegra sofreu com fogos de artifício no hotel e atrasos no deslocamento ao Monumental de Núñez, além de insultos racistas.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (30/10), o diretor de futebol do Galo, Victor Bagy, lamentou o comportamento ‘arcaico’ dos torcedores argentinos, mas destacou que as provocações geraram motivação extra aos jogadores.
“Honestamente, ninguém ficou surpreso com o que aconteceu. Infelizmente, já esperávamos que isso acontecesse. É uma competição com muito status e glamour, mas ainda com alguns pensamentos arcaicos, como antagonizar adversários, atrasar ônibus, lançar foguetes na véspera do jogo. São pensamentos da década de 1960. Para nós isso não gera desconforto. Pelo contrário, isso gera uma mobilização maior”, declarou o ex-goleiro, em conferência com jornalistas na capital argentina.
As dificuldades do Atlético para chegar ao Monumental de Núñez
Vitor detalhou a dificuldade do Atlético em chegar ao estádio do River Plate. O diretor destacou que toda a logística previamente planejada foi desrespeitada e relatou uma sequência de erros que influenciaram no atraso do jogo por questões de segurança.
A bola deveria rolar às 21h30 (horário de Brasília) no Monumental de Núñez, mas a partida foi adiada em 15 minutos devido aos problemas que o Atlético teve ao sair do Hotel Marriot Buenos Aires, onde está hospedada a delegação, rumo para o estádio.
“Planejamos sair um pouco mais cedo, pois a viagem durava 30 minutos. Tivemos três reuniões de segurança para alinhar isso. Queriam que saíssemos às 19h10, mas às 18h50 já estávamos no ônibus prontos para partir. Passamos mais de 25 minutos no ônibus esperando para sair. A primeira alegação é que não havia segurança e não havia ordem de saída. Isso depois de todas as reuniões que aconteceram”, criticou Victor.
“Aí, alegaram que havia 30 ônibus da nossa torcida no mesmo trajeto, o que para mim não era um risco, pois eram ônibus da nossa torcida. Cerca de 25 minutos depois, chegaram motos de escolta e partimos. Quando tudo parecia estar andando, a polícia parou no meio do percurso, mas não havia trânsito nem nada. Ficamos lá por cerca de 15 minutos tentando entender o que estava acontecendo. Aí mudaram o discurso, dizendo que houve conflito entre torcedores próximo ao estádio”, relatou.
“De qualquer forma, é lamentável, pois tudo foi discutido e planejado com o nosso departamento de segurança, mas não foi surpresa. É aquele ditado: é transformar limões em limonada. E foi isso que fizemos”, finalizou Victor.
Festa no Monumental de Núñez
Victor, por fim, elogiou a torcida do River Plate pela festa nas arquibancadas do Monumental de Núnez, que gerou punição das autoridades argentinas pelo uso de sinalizadores. Segundo o dirigente, as sanções não condizem com a cultura do futebol sul-americano.
“Foi uma festa incrível e linda. Lamento que seja um tipo de festa que pode envolver punições e multas. Essa é a cultura do futebol sul-americano. Não podemos acabar com essa cultura dentro de campo. Também sofremos sanções por isso no nosso estádio. É lamentável e muito protocolar”, disse ele.
Atlético na final da Libertadores
O Atlético avançou à final da Libertadores com um empate sem gols contra o River Plate, nesta terça-feira (29/10), no Monumental de Núñez, em Buenos Aires. No primeiro jogo da semifinal, o Galo venceu os argentinos por 3 a 0, na Arena MRV, em Belo Horizonte.
Em busca do bicampeonato da Libertadores, o Atlético aguarda a definição do adversário na decisão: Peñarol ou Botafogo. As equipes se enfrentam às 21h30 desta quarta-feira (30/10), no Centenário, em Montevidéu.
No jogo de ida, o Glorioso venceu os uruguaios por 5 a 0, no Nilton Santos, no Rio de Janeiro, e esteve muito perto de fazer uma final brasileira contra o Atlético na Libertadores.
A final da Libertadores está marcada para o dia 30 de novembro (sábado), no Monumental de Núñez.
- Torcedores do River Plate fazem gestos racistas direcionados aos atletas
A notícia de Victor sobre os problemas enfrentados pelo Atlético na Argentina: ‘Pensamentos arcaicos’ foi publicada pela primeira vez no No Attack de José Cândido Junior
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