FAO alarmada com níveis altos e persistentes de fome na RD Congo

FAO alarmada com níveis altos e persistentes de fome na RD Congo


Uma análise integrada da Fase de Classificação da Segurança Alimentar, CPI, revela que cerca de 25% dos habitantes da República Democrática do Congo, RD Congo, enfrentam fome aguda.

Os dados abrangem o período de Julho a Dezembro deste ano, quando 25,6 milhões de congoleses ou 22% da população estão na fase 3, o que representa uma insegurança alimentar aguda elevada, ou acima deste nível. Isto inclui 3,1 milhões de pessoas em níveis críticos de insegurança, ou seja, na fase 4.

A assistência internacional deve aumentar

A informação foi divulgada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, FAOno início desta semana. A agência afirma que as projeções para o próximo ano serão as mesmas, caso não haja uma mudança radical na prestação de assistência internacional ao país africano.

O diretor do Escritório da FAO para Emergências e Resiliência, Rein Paulsen, disse que a segurança alimentar continua crítica para milhões de pessoas na RD Congo.

A violência armada e os confrontos pelos recursos naturais causaram enormes danos às infra-estruturas rurais e perturbaram a produção agrícola do país.

Um ligeiro choque económico, um aumento de preços ou uma má colheita poderão colocar mais pessoas à beira da fome. A agência da ONU afirma que é necessário acabar com a violência para restaurar a produção de alimentos e apoiar as famílias no campo para melhorar a sua produtividade.

Mulheres deslocadas esperam para receber assistência monetária em Kivu do Norte, República Democrática do Congo

Impacto do conflito agrava crise de fome no leste da RD Congo

A edição mais recente dos Dados de Emergência da FAO mostra que o impacto negativo do conflito no leste do país é preocupante.

Em comparação com o ano passado, 25% dos criadores de gado relataram perdas de animais. E 35% das famílias afectadas pela crise cultivaram as suas culturas numa área menor do que o habitual.

A agência da ONU está apoiando os agricultores para que retornem à produção. Com isso, muitas residências conseguirão gerar em média 100 kg de hortaliças cada uma em menos de dois meses.

A FAO também está a ajudar quase 150.000 pessoas em Kivu do Norte e Ituri com transferências monetárias para a realização de serviços de jardinagem e criação de gado em pequena escala.

Garantindo sua própria renda e alimentação

Com isto, as pessoas deslocadas internamente no Kivu do Norte também podem beneficiar dos alimentos produzidos na região.

No próximo mês, em Novembro, as famílias rurais que trabalham na pequena produção alimentar receberão sementes, ferramentas e formação em maneio animal, cultivo de terras, protecção e campanhas de vacinação de gado.

O objectivo é garantir que os residentes desta região da RD Congo possam produzir os seus próprios alimentos e vender os excedentes para garantir o seu próprio rendimento.



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