Clube mineiro com raízes nos EUA quer estar na Série B ou A em 10 anos

Clube mineiro com raízes nos EUA quer estar na Série B ou A em 10 anos


Qual a probabilidade de um time da terceira divisão estadual estar na Série A ou B do Campeonato Brasileiro daqui a dez anos? Pode parecer utópico, mas esse é o plano do Boston City Futebol Clube, com sede em Manhuaçu, na Zona da Mata mineira, e com raízes na cidade de Boston, nos Estados Unidos. O projeto é liderado pelo empresário mineiro Renato Valentim, de 54 anos, investidor em futebol desde 2014.

“Dez anos é muito tempo. Sinceramente, daqui a dez anos, conforme formos crescendo e trabalhando, estaremos na Série B ou A do Campeonato Brasileiro. Você pode ter certeza disso”, disse Valentim, em entrevista ao No ataque.

Na classificação da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro de 2024 – terceiro nível do futebol profissional do estado –, o Boston City aparece na quarta colocação do Grupo A, com cinco pontos em sete rodadas (uma vitória, dois empates e quatro derrotas). Neste sábado (10/11), o time perdeu para o América de Teófilo Otoni, em Manhuaçu, por 2 a 0.

Coimbra, líder do grupo, soma 20 pontos, oito a mais que o segundo colocado, Contagem. Os dois primeiros avançam às quartas de final, enquanto o terceiro dependerá do índice técnico envolvendo outras equipes na competição. Abaixo do América-TO (terceiro, com 10 pontos) e à frente apenas do Social (lanterna, com 2), o Boston completará a tabela na última rodada.

A campanha modesta de um clube que quer figurar entre os melhores em 2034 tem explicação. Segundo Renato Valentim, o objetivo do Boston City é colocar em funcionamento o estádio de futebol e centro de treinamento. A partir disso, o elenco ficará fortalecido para disputar acessos e títulos em Minas e, consequentemente, em torneios nacionais.


Renato Valentim, empresário mineiro que fez fortuna nos Estados Unidos (Reprodução/Instagram)

“O primeiro objetivo é equilibrar o clube. Precisamos zerar esse investimento pessoal que fazemos hoje. A partir daí, com o estádio pronto para receber os jogos, investiremos no time profissional para subir. O próximo ano será o início desta jornada de acesso. Estamos planejando o ano de 2025 para competir e lutar pelo acesso.”

Renato Valentim, proprietário do Boston City

Caso consiga promoções consecutivas a partir de 2025, o Boston chegaria à Série B em 2030. O clube, desta forma, tem a “gordura” para atingir a meta estabelecida pela diretoria em uma década (veja cenário abaixo).

  • 2025: passagem da Segunda Divisão Mineira para o Módulo II;
  • 2026: passagem do Módulo II para o Módulo I do Campeonato Mineiro;
  • 2027: classificação para a Série D de 2028 via Mineiro;
  • 2028: terminar entre os quatro primeiros da Série D para subir à C;
  • 2029: terminar entre os quatro primeiros da Série C para subir à B;
  • 2030: disputa a Série B.

O Athletic Club, de São João del-Rei, é um bom exemplo para o Boston, pois disputará a Série B do Campeonato Brasileiro em 2025, sete anos após reativar o departamento de futebol profissional.

Arena da Cidade de Boston

A Boston City Arena terá 12 mil lugares quando as obras forem concluídas, em dezembro de 2026. Renato Valentim explicou que o número de lugares foi definido com base nas exigências da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a Série A. “Se a partir de agora, se a CBF não mudar as regras em cinco ou dez anos, nosso estádio terá plena capacidade de receber jogos da primeira divisão.”

Boston City Stadium – (foto: Divulgação)
projeto Boston City Arena, em Manhuaçu; estádio terá capacidade para 12 mil pessoas(foto: Divulgação)

O investimento na casa própria ocorrerá de forma gradual: primeiro, será construída uma bancada com 2.500 lugares; posteriormente, haverá ampliação para 7 mil vagas; e por fim, fechando em 12 mil. O custo estimado da obra é de R$ 50 milhões.

O estádio terá grama sintética e espaço para shows e eventos corporativos. O complexo desportivo contará ainda com dois campos de treino, ginásio, salas de estudo, refeitório, alojamento e departamentos médico e de fisiologia. Renato Valentim acredita que a notícia terá impacto em uma região com cerca de 600 mil habitantes (91 mil em Manhuaçu) e fortalecerá a marca Boston City.

“Hoje não há área de eventos na região. São 600 mil pessoas sem lugares para eventos. Tem um grande potencial para oferecer isso”, disse o empresário. “Acho um absurdo um clube de futebol que não tem estádio próprio. É como se um milionário não tivesse casa própria para morar. Você tem que ter uma casa para sentir que ela é sua, que terá retorno financeiro, que ela será autossustentável. Tendo seu próprio estádio, você usa sua marca para lucrar com isso”, completou.

Investimento no Brasil foi uma “mudança de rota”

O Boston City Brasil iniciou suas operações em 2018. Antes, as atenções estavam voltadas para a “sede”, nos Estados Unidos. No final de 2014, Renato Valentim fundou o clube em parceria com o ex-jogador Jorge Ferreira da Silva, o Palhinha, camisa 10 do Cruzeiro, campeão da Copa do Brasil de 1996 e da Copa Libertadores de 1997.

“Sempre joguei com ele, porque o ‘Palha’ é meu ídolo. Um cara espetacular, adoro Palhinha. Na época foi interessante, porque vi a oportunidade de negócio junto com a paixão pelo futebol, e o Palha chegou logo depois. Quando tive o projeto no papel, conheci o Palhinha, que veio passear aqui em Boston. Ele estava trabalhando no Corinthians EUA, na Califórnia, e eu apresentei o projeto. Ele disse: ‘Cara, estou com você. Vamos tirar isso do papel e iniciar o projeto. Foi muito interessante quando trabalhei com ele”, lembrou o empresário.


Palhinha e Renato Valentim foram sócios na fundação do Boston City (Arquivo pessoal)

Valentim explicou porque focou sua atenção no Boston City Brasil. “Íamos estruturar o clube aqui, construir o centro de treinamento, o estádio nos EUA. Mas, devido à dificuldade, a Revolução quer construir em Boston e não consegue encontrar terreno. Estamos trabalhando para construir um centro de treinamento aqui, mas demorou muito para acontecer. Com isso, vamos inverter essa ordem. Primeiro, vamos construir uma estrutura no Brasil. Enquanto isso, trabalhamos para fazer o mesmo em Boston.”

Parcerias

Além do futebol profissional em Minas Gerais, o Boston City quer abrir filiais focadas em treinamentos em outros estados. Há conversas em andamento com instituições de São Paulo, Espírito Santo e Nordeste. A ideia é participar de torneios de base de outras federações em 2025 e 2026.

Boston também estreitou relações com os grandes times mineiros. O clube de Manhuaçu detém parte dos direitos econômicos do meia Paulo Vitor, que foi vinculado aos jogos do Atlético pelo técnico Gabriel Milito (entrou em campo oito vezes no Brasileirão). Também existe amizade entre Renato Valentim e Alexandre Mattos, presidente de futebol do Cruzeiro.

 - (foto: arquivo pessoal)
Alexandre Mattos e Renato Valentim ficaram amigos após trabalharem juntos no Boston City (Arquivo pessoal)(foto: arquivo pessoal)

Mattos foi CEO da Boston City de junho de 2021 a janeiro de 2022. “Ele ficou conosco por quase um ano. Ele só saiu porque recebeu uma oferta irrecusável do Athletico-PR. Era impossível não aceitar. Ele nos ajudou muito com a experiência dele, por tudo que carrega é um cara super vencedor. Foi um momento importante para nós tê-lo ao nosso lado, usando a sua experiência futebolística para nos ajudar a atingir os nossos objetivos”, destacou Valentim.

Nas redes sociais, o Boston anunciou diversas negociações, como a saída do lateral-direito Juan Lopes para o Goiás, do lateral-esquerdo Lucas Gabriel para o Tanabi-SP, do zagueiro Gabriel Gama para o MFK Karviná (República Tcheca) e do atacante Kaike Ualri para o América. O clube de Manhuaçu cedeu os atletas com opção de compra ao final do contrato.

Os negócios de Renato Valentim

A história empreendedora de Renato Valentim mostra que o caminho do Boston City é possível de ser seguido. Nascido em Manhuaçu, mudou-se para os Estados Unidos em 1998, aos 27 anos. Inicialmente trabalhou lavando louça – segundo ele, um trabalho “que os americanos não gostam de fazer”.

Aos poucos, Valentim se preparou em diversas frentes: aprendeu a falar inglês com fluência, estudou culinária e administração e subiu na hierarquia no restaurante onde permaneceu por seis anos. Em 2004, já em situação financeira confortável, decidiu abrir seu próprio negócio, o Tavern in the Square, que prosperou a ponto de se tornar uma rede com unidades nos estados de Massachusetts, Connecticut e Rhode Island.

“Hoje tenho 23 restaurantes nos Estados Unidos com um parceiro irlandês”, disse o empresário, que também trabalha no setor de construção e educação infantil em Boston. No Brasil, a Valentim possui uma construtora em Manhuaçu e um centro esportivo em Alphaville, São Paulo.


Unidade Tavern In The Square em Connecticut, Estados Unidos (Divulgação)

O momento da cidade de Boston

  • No brasil: Disputa o Campeonato Mineiro Segunda Divisão 2024, que conta com 17 clubes distribuídos nos grupos A, B e C. Classificam-se para as quartas de final os primeiros e segundos colocados de cada grupo, além de duas equipes que estão bem posicionadas na tabela geral. Os finalistas avançam para o Módulo II do Campeonato Mineiro de 2025.
  • Nos Estados Unidos: participa da USL League Two, equivalente à quarta divisão do país. A edição de 2024 contou com 128 equipes organizadas em quatro conferências e 18 agrupamentos. O campeão foi o Seacost United Phantoms. Por se tratar de uma liga semiprofissional (desenvolvimento juvenil), não há promoção à USL League One (terceira divisão).



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