No quinto dia de competições dos Jogos Paralímpicos de Paris, o Brasil já subiu ao pódio duas vezes pela manhã no atletismo, com Claudiney Batista conquistando o ouro no lançamento de disco na classe F56 (eles competem sentados — sequelas de poliomielite, medula espinhal lesões, amputações) e a prata de Beth Gomes no arremesso de peso em F53/F54.
Natural de Bocaiúva, Batista sagrou-se tricampeão paralímpico nesta segunda-feira (2/8) no Stade de France, após já ter conquistado o ouro em Tóquio-2020 e no Rio-2016.
Com a marca de 46,86m, bateu o novo recorde paralímpico em Paris-2024, assim como havia feito nas duas edições anteriores.
“É uma mistura de emoções. Feliz com esse tricampeonato, é muito treino, muito foco, muita determinação, treinei muito nessa aclimatação. Nesse momento vale tudo, comida, descanso, a grande estrutura que a comissão nos deu em Troyes (na França). Tive desconforto na coluna, fiquei apreensivo, mas naquele momento a adrenalina disparou, não senti nenhuma dor e tudo correu bem”, disse Batista, 45, em depoimentos divulgados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CEC).
Campeão mundial este ano em Kobe, no Japão, o atleta sofreu um acidente de moto em 2005 que acabou levando à amputação da perna esquerda.
A prata foi para o indiano Yogesh Khatunyia (42,22m), e o bronze para o grego Konstantinos Tzounis (41,32m).
Beth Gomes, 59, que conquistou o ouro em Tóquio 2020 no lançamento do disco — prova que ela ainda disputa no período da tarde — conquistou a prata no arremesso de peso, com marca de 7,82m.
Porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura ao lado do nadador mineiro Gabriel Araújo, Beth foi a única das sete atletas da classe F53, com maior comprometimento físico que as rivais. O resultado representou a quebra do recorde mundial da sua categoria, que já era dela, de 7,75m, conquistado na Copa do Mundo de Paris, em 2023.
O ouro ficou com a mexicana Glória Zarza (8,06m) e o bronze com a uzbeque Nurkhon Kurbanova (7,75m).
Voleibol sentado brasileiro nas Paraolimpíadas
O Brasil também entrou em quadra nesta segunda-feira para disputar a terceira e última partida da fase de grupos da seleção feminina de vôlei sentado.
Após vitórias contra Ruanda e Canadá —atual líder do ranking—, o Brasil não teve dificuldade em ultrapassar a Eslovênia por 3 sets a 0 (25/14, 25/18 e 25/15), garantindo-se nas semifinais como o primeiro do grupo B.
Na próxima fase, marcada para quinta-feira (5), a seleção brasileira poderá enfrentar China, Estados Unidos ou Itália, em partida a ser definida na terça-feira (3).
Na disputa de goaball, a seleção masculina, atual campeã paralímpica, não tomou conhecimento do Egito nas quartas de final, com vitória por 10 a 0. A seleção brasileira se classifica nas semifinais, quarta-feira (4), contra a Ucrânia, que venceu o Irã por 6 a 3.
Agenda do Brasil em Paris
À tarde, o Brasil ainda briga por medalhas nas piscinas da Arena La Défense. Gabriel Araújo, conhecido como Gabrielzinho, que já conquistou duas medalhas de ouro na França (50m e 100m costas), entra novamente na água às 14h41 (horário de Brasília) para a final dos 200m livre da classe S2 (atletas com deficiência física). -limitações motoras). Um pouco antes, às 13h47, Carol Santiago, ouro nos 100m costas, disputa os 50m da classe S13 (atletas com deficiência visual).
Pentacampeã paraolímpica, a Seleção Brasileira de Futebol para Cegos enfrenta os anfitriões franceses, às 15h30, na Arena Torre Eiffel, na segunda partida da fase de grupos —venceu a Turquia por 3 a 0 na estreia—, enquanto Vitor Tavares luta pela bronze no badminton a partir das 16h10, contra Man Kai Chu, de Hong Kong, na categoria SH6 (aulas funcionais curtas), em jogo na Arena La Chapelle.
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