Se no Brasil muitos times jogam em estádios vinculados a órgãos públicos, na Argentina é comum o time ter casa própria. E a tradição vai além do aspecto patrimonial: envolve um sentimento de pertencimento e identidade a um grupo com interesses e ideias comuns.
Na terça-feira, o Atlético enfrentou o San Lorenzo no Estádio Pedro Bidegain, El Nuevo Gasómetro, e empatou em 1 a 1 no jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores. Nesta quinta-feira, às 21h30, o Cruzeiro enfrenta o Boca Juniors, em La Bombonera, na partida de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana.
Bombonera e Gasómetro são apenas dois dos muitos estádios de futebol espalhados por Buenos Aires. Reportagem publicada pelo jornal El Paísem agosto de 2015, informou a existência de 36 arenas com capacidade para mais de 10 mil espectadores na região metropolitana da capital argentina.
Desses estádios, 19 ficam em Buenos Aires, cuja população ultrapassa os 3 milhões de habitantes. Considerando as cidades vizinhas, o número de pessoas chega a 13 milhões.
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Mapa dos estádios de futebol da Argentina
Crédito: Thiago Henrique de Morais
La Bombonera
Com capacidade para 49 mil torcedores, o Estádio La Bombonera está localizado no bairro La Boca, com cerca de 50 mil habitantes. A comunidade de 3,3 quilômetros quadrados foi habitada no final do século XIX por imigrantes italianos de Gênova que trabalhavam no Porto de Buenos Aires. Prédios antigos bem conservados e prédios coloridos garantem um charme especial ao local que “respira” o Boca Juniors.
Oficialmente chamada de Estádio Alberto José Armando, a La Bombonera recebeu esse apelido devido ao seu formato retangular, semelhante a uma caixa de chocolates. A proximidade das arquibancadas com o campo faz com que os torcedores do Boca exerçam “pressão” sobre os times adversários, enquanto as cores azul e amarela nos três anéis dão vida a um dos principais cartões-postais do futebol sul-americano.
Distância para outros estádios
Quem é “turista” em Buenos Aires certamente terá La Bombonera como um dos locais a visitar devido ao contexto histórico de um dos gigantes da América do Sul. Outros estádios, no entanto, estão relativamente próximos.
Menos de 4 quilômetros separam Bombonera do Estádio Tomás Adolfo Ducó, do Huracán. Chamado de El Palacio por causa de sua arquitetura distinta da década de 1920, o prédio de quase 100 anos foi cenário de uma cena de ação e perseguição no filme. “O segredo em seus olhos”vencedor do Oscar 2010 de melhor produção estrangeira.
Não muito longe, a quase 5 quilômetros, ficam os estádios Presidente Perón (El Cilindro), do Racing, e Ricardo Enrique Bochini (Libertadores de América), do Independiente.
As casas Racing e Independiente pertencem à cidade de Avellaneda, na divisa com a capital argentina. Os clubes rivais possuem estádios praticamente próximos uns dos outros – cerca de 500 metros.
Por outro lado, o estádio do Boca fica um pouco mais distante do Monumental de Núñez do River Plate – aproximadamente 16 quilômetros.
A cultura da casa própria
A cultura dos estádios na Argentina é influenciada pelos ingleses, já que Londres, na Inglaterra, possui 21 arenas que recebem competições profissionais e semiprofissionais.
Se por um lado os templos do futebol argentino carecem de infraestrutura em relação às sedes da Copa do Mundo no Brasil (Mineirão, Maracanã, Fonte Nova etc.), por outro trazem elementos que preservam a cultura e a paixão pelo futebol. futebol dos locais dos moradores.
O Argentinos Juniors representou sua ligação com Diego Maradona no nome de seu estádio, com 24 mil lugares, e nas pinturas nas fachadas. O grande ídolo do futebol argentino iniciou sua carreira no “Bicho Colorado”, que revelou outros atletas importantes do país, como Juan Román Riquelme, Esteban Cambiasso e o ex-cruzeiro Juan Pablo Sorín.
As paredes do Nuevo Gasómetro, em San Lorenzo, apresentam entre as diversas gravuras a imagem do Papa Francisco, seu mais ilustre fã.
Principais estádios de Buenos Aires
- Monumental de Núñez (Rio da Prata) – 70 mil lugares
- José Amalfitani (Vélez Sarsfield) – 50 mil lugares
- La Bombonera (Boca Juniors) – 49 mil
- El Palacio (Huracán) – 48 mil lugares
- Nuevo Gasómetro (San Lorenzo) – 47 mil lugares
- Diego Armando Maradona (Argentinos Juniors) – 24 mil lugares
- Estádio Islas Malvinas (All Boys) – 21 mil lugares
Região Metropolitana
- La Fortaleza, em Lanús (Club Atlético Lanús) – 47 mil lugares
- Libertadores da América, em Avellaneda (Independiente) – 42 mil lugares
- El Cilindro, em Avellaneda (Racing) – 42 mil lugares
- Florencio Sola, em Lomas de Zamora (Banfield) – 35 mil lugares
- Eduardo Gallardón, em Lomas de Zamora (Atlético Los Andes) – 35 mil lugares
- Estádio Centenário, em Quilmes (Quilmes Atlético Club) – 24 mil lugares
- Norberto Tomaghello, em Florencio Varela (Defensa y Justicia) – 19 mil lugares
A notícia Boca x Cruzeiro: a tradição do estádio próprio dos clubes argentinos foi publicada pela primeira vez no No Attack, de Rafael Arruda.
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