Moçambique impulsiona amamentação exclusiva que avança 14,5%

Moçambique é o segundo maior país da região da África Austral e Oriental e o nono no ranking mundial que aumentou a taxa de amamentação exclusiva nos últimos 10 anos.

O sucesso foi atribuído às ações das autoridades e dos parceiros, incluindo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, a Unicef, e ao investimento na nutrição a nível comunitário, apoiado pela sensibilização.

Importância da amamentação de crianças

Para a Unicef, apesar do aumento de 14,5% na taxa, são necessários mais esforços para aumentar as taxas de aleitamento materno exclusivo, hoje em 56%, além de combater a desnutrição e a mortalidade neonatal e infantil.

No final da Semana Mundial da Amamentação, especialistas da Unicef ​​e do governo visitaram a maternidade do Centro de Saúde de Matutuíne, distrito da província de Maputo.

Rabeca Salvador tem 29 anos e é mãe. No dia 7 de agosto, tornou-se mãe do terceiro filho, e foi uma das beneficiárias do enxoval. Ela compartilhou com o UN News a importância de amamentar as crianças.

“É importante amamentar o seu bebê porque ajuda a criança a crescer saudável. Devemos amamentar durante pelo menos seis meses antes de dar qualquer outra coisa.”

Para continuar o progresso nesta área, a Unicef ​​​​está a coordenar esforços intensificados para atingir a meta de 70% de amamentação exclusiva até 2030.

Entre várias acções estão planos para melhoria nutricional nas comunidades, tais como o Pacote de Intervenções Nutricionais que actualmente atinge 127 distritos.

Investir na formação de profissionais de saúde para garantir que as mães recebam aconselhamento oportuno e especializado é outro elemento fundamental.

Ambiente favorável para todos

A especialista em nutrição da Unicef ​​em Moçambique, Júlia Nhacule, defende que é necessária uma legislação que crie um ambiente favorável para todos, como o Código para a comercialização de substitutos do leite materno.

“A implementação de políticas no local de trabalho que garantam a continuidade da amamentação, estamos a falar da licença parietal e da disponibilização de recantos de amamentação no local de trabalho onde as mães possam amamentar e respeitando os intervalos para que estas mães amamentem no local de trabalho. Temos algumas políticas que irão mitigar ou controlar esta publicidade não regulamentada de substitutos do leite materno.”

O Ministério da Saúde de Moçambique tem vindo a implementar o “Pacote de Intervenção Nutricional, PIN, com o apoio da Unicef ​​e parceiros desde 2017.

A iniciativa visa capacitar agentes comunitários de saúde para orientar cuidadores de crianças menores de dois anos sobre aleitamento materno exclusivo, alimentação complementar, higiene, água e saneamento.

Entre diversas ações estão planos de melhoria nutricional nas comunidades

Morte durante os primeiros 28 dias de vida

Os agentes comunitários de saúde realizam demonstrações culinárias sobre a utilização de ingredientes locais em refeições saudáveis ​​e nutritivas, utilizando ingredientes como papaia, amendoim, abóbora e vegetais locais.

De acordo com a Unicef, embora o aumento de 14,5% seja impressionante, as taxas de amamentação exclusiva devem aumentar ainda mais para reduzir a mortalidade neonatal e infantil e as taxas de desnutrição.

As estatísticas indicam que 24 em cada mil crianças morrem durante os primeiros 28 dias de vida em Moçambique. Quase um terço das crianças com menos de cinco anos sofre de atraso no crescimento.

*Ouri Pota, de Maputo para ONU News.