O Louvre é um mundo, literalmente. Existem fragmentos de história que promovem uma viagem completa por todas as épocas, e mais algumas. O melhor é selecionar alguns capítulos e mergulhar neles. Mesmo com este vasto leque de opções, a multidão que se aventura por aqueles corredores nunca deixa para trás uma obra, que é a mais famosa da arte ocidental – a Mona Lisa, pintada por Leonardo da Vinci entre 1505 e 1506 e retocada, como foi era. habitual para o mestre, até 1517.
O Louvre fica ao lado do Sena, palco da festa de abertura e onde os atletas competiram no triatlo e na maratona atlética. Ao longo dos Jogos, porém, as filas à porta do antigo palácio que albergou os reis de França e que Napoleão Bonaparte converteu em museu não deixam dúvidas: o povo quer desporto e arte. Mesmo que seja só para dar uma olhada na Mona Lisa…
A pintura pode decepcionar o observador à primeira vista: é menor do que o esperado, um tanto escura e está escondida atrás de um vidro. Aproximar-se da tela e apreciar seu sfumato, técnica em que da Vinci se destacou, que produz um efeito esfumaçado suavizando as linhas, é uma missão do próprio paciente. Mas vale a pena: os olhos da senhora do sorriso misterioso – meio triste, meio feliz, meio irônico – nunca se afastam do visitante. A cena fica distante, distante, cada vez mais remota. Nada parece fora do lugar.
ATÉ PICASSO SE TORNOU UM SUSPEITO
Leonardo já era idoso quando Francisco I, o monarca francês que apreciava o Renascimento, o convidou para trabalhar na sua corte. Ele, que morava em Florença, concordou, mas não fez mala pesada. Entre as pinturas que carregava estava a Mona Lisa, que, dizem, provocou no rei uma paixão fulminante. Logo se tornou o centro de sua coleção de italianos que, três séculos depois, ficaria exposta no Louvre.
A tela não causou tanta agitação na época, mas ao entrar no museu começou a ser vista por mais gente e apreciada. Até que um fato que nada tinha a ver com sua beleza lhe deu fama como nunca antes: em 1911, a Mona Lisa evaporou da parede onde ela estava, o que foi notado (imagine) no dia seguinte. O caso ganhou grande repercussão e prendeu o poeta Guillaume Apollinaire, que foi preso, e depois Picasso, também feito suspeito, mas logo afastado.
Dois anos depois, encontraram a obra de da Vinci na posse de um italiano que afirma ter roubado o quadro com um propósito nacionalista: o que pertencia à Itália não deveria ficar em França. Mas ficou.
Este ano, Monalisa foi alvo da fúria de dois ativistas que, ao atirarem sopa para o vidro protetor sagrado, disseram querer “chamar a atenção para a causa da agricultura sustentável”. Em 2022, jogaram uma torta no quadro – antes era uma xícara.
Pior foi em 1956, quando um ácido danificou a parte inferior da tela e uma pedra também causou danos, felizmente imperceptíveis. “A fama da Mona Lisa não tem a ver apenas com sua expertise técnica, sua beleza, mas também com as histórias que a acompanham”, afirma Felipe Martinez, doutor em história da arte pela Universidade de Amsterdã.
O MAIS NEVADO
A agitação em torno da Mona Lisa acaba ofuscando a bela coleção de venezianos, também do período renascentista, espalhada pelas paredes circundantes, na mesma sala. São muito vivos, cheios de cores intensas que contrastam entre si. Os florentinos estavam mais conscientes das linhas, do design e dos tons harmoniosos.
Logo atrás da Mona Lisa, chama a atenção o gigantesco As Bodas de Caná, de Paolo Veronese, que retrata uma festa em que os noivos ficam ao longe, quase esquecidos, enquanto senhores e damas aproveitam o banquete. Destino cruel de ficar onde está: ninguém dá as costas à Mona Lisa.
Ah, e tem outros Da Vincis imperdíveis na Galeria dos Italianos. Depois, admire o Sena e aposte que a temporada de natação por lá será aberta em 2025.
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