O desporto é muitas vezes visto como salvação e orientação para uma vida mais saudável e segura. Não foi diferente para a mineira Ana Patrícia, que ultrapassou a marca assédio moral descobrindo talentos não só no vôlei de praia, mas também em outros esportes. Ao garantir uma medalha para o Brasil e uma vaga na final dos Jogos Olímpicos de Paris, ao lado de Duda, ela relembrou a emocionante jornada.
O caminho para a final parecia muito tranquilo. Duda e Ana Patrícia venceram todos os jogos por 2 sets a 0 até a semi. Contra os australianos, nesta quinta-feira (8/8), foi emocionante. Depois de perder o primeiro set, recuperaram-se e justificaram a posição de dupla número 1 do mundo e o favoritismo ao pódio em Paris – conseguiram vencer no tie-break.
Para o No ataqueAna Patrícia, natural da pequena cidade de Espinosa, no norte de Minas, relembrou sua trajetória no vôlei de praia. Antes de chegar às areias, praticou futsal e handebol. No início, o que antes era uma piada agora é um triunfo: altura. Ela mede 1,94m.
“Às vezes, nem acredito na minha história. O esporte apareceu na minha vida e literalmente me salvou, porque sofri muito assédio moral. Eu me achava inferior, porque era alto e sofria com os insultos que as pessoas usavam. Quando descobri o esporte, disse ‘sou bom nisso’. Então, eu sou bom para alguma coisa. Acho que isso matou um pouco aquela coisa na minha cabeça que o assédio moral Eu fiz isso, para me tornar inferior, para não entender como seria minha vida.”
Ana Patrícia, do vôlei de praia
O vôlei apareceu na vida de Ana de forma despretensiosa. Aos 16 anos, ela fez um teste. E foi aí que tudo decolou.
“Desde que descobri o esporte, ele se tornou o amor da minha vida. Fiz futebol, joguei handebol, fiz natação, joguei badminton. Fui jogar jogos na escola, joguei durante quatro anos. No último ano eu estava jogando handebol e sempre que meu jogo terminava eu corria para assistir vôlei, pois achava muito bonito, mas não tinha time na minha escola. E aí, no último dia, o delegado da competição perguntou por que eu ia lá todos os dias. Eu disse que gostei, mas minha escola não forma equipes. Aí ele perguntou se eu queria fazer um teste”, disse ele.
Obstáculo parental
Então surgiu o primeiro obstáculo. Os pais da atleta não pareciam muito felizes com a ideia de ela ter que se mudar para praticar o esporte. Mas nada que Ana Patrícia não conseguisse convencer. Ela ligou para a mãe e contou-lhe uma ‘ironia do destino’ para obter a aprovação da família.
“Liguei para minha mãe, fiz todo aquele drama, mas ela disse que não conseguiria. Cerca de cinco minutos depois, minha mãe ligou e disse ‘você pode agradecer, porque seu anjo é forte’. Ela estava com problema com o fundo escolar da escola onde é diretora e precisaria se dirigir à regional da escola dela, que era a cidade onde eu estava.”
“Eram minha mãe e meu pai. Meu pai não quis deixar, mas minha mãe olhou para mim e eu parecia um cachorro chorando. Então ela foi embora. Mas isso ‘vai quebrar a sua cara’. Ela mesma diz isso hoje. A partir daí, tudo aconteceu na minha vida. Sou sempre grato, porque estava no lugar certo, na hora certa, com as pessoas certas, e fiz a minha parte, que é o mais importante de tudo. Já conheci a Duda no primeiro ano e vocês já conhecem o resto da história”, lembrou.
Com as Olimpíadas parecendo um sonho distante, o desejo e a vontade de conseguir uma vaga em uma final olímpica amadureceram gradativamente. O primeiro objetivo foi alcançado. A final em busca do ouro será nesta sexta-feira (8/9), às 17h30.
A notícia Na final do voleibol de praia em Paris, Ana Patrícia elogia a carreira: ‘O desporto salvou-me’ foi publicado pela primeira vez no No Attack de João Vítor Marques – Enviado especial a Paris.
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